Seis pessoas simulam voo à lua confinadas em módulo na Rússia

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 11/11/2017 às 15:21
AFP PHOTO / Andrei KOVALENKO
AFP PHOTO / Andrei KOVALENKO FOTO: AFP PHOTO / Andrei KOVALENKO

Três mulheres e três homens ficarão confinados durante 17 dias em um módulo especial em Moscou para realizar um experimento simulando um voo à lua.

O experimento faz parte do programa SIRIUS (Scientific International Research In Unique terrestrial Station), realizado em cooperação com a Nasa e que durará cinco anos. "Antes se pretendia conquistar o espaço, agora se trata de aprender a viver e trabalhar no espaço", explicou à AFP Oleg Orlov, diretor do Instituto de Problemas Médicos e Biológicos de Moscou, que dirige o projeto.

Os 17 dias da primeira etapa "representam o tempo necessário para voar à lua, dar uma volta à órbita lunar e retornar à Terra", explicou Orlov. Nas etapas seguintes estão previstas experiências de isolamento similares de 4, 8 e 12 meses. O SIRIUS busca principalmente elaborar um sistema de assistência médica para os voos interplanetários, estudando tanto os aspectos psicológicos da equipe em isolamento como os fisiológicos (por exemplo, a mudança do ritmo cardíaco).

"Um dos principais problemas médicos a bordo de uma nave espacial é sua autonomia absoluta. É necessário que aprendam a administrar sozinhos a situação", explicou Orlov, lembrando que os sinais enviados do espaço costumam chegar com um certo atraso à Terra.

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Outra questão que será estudada cuidadosamente no módulo em que estão confinados os seis participantes, de 250 metros cúbicos, é a do sexo dos mesmos. "É a primeira vez na história russa e soviética que uma equipe 'espacial' inclui mais de uma mulher", declarou à AFP um psicólogo participante no projeto, Vadim Gushchin, do Instituto de Problemas Médicos e Biológicos de Moscou.

Três mulheres -a cosmonauta Anna Kikina (33 anos) e as pesquisadoras em psicologia Elena Luchitskaya (37 anos) e  Natalia Lysova (27 anos)- acompanham três homens -o cosmonauta Mark Serov, o engenheiro alemão de origem russa Viktor Fetter e o médico Ilia Rukavishnikov.

"Com esssa equipe mista vamos estudar o que acontece quando aumenta o número de mulheres", explicou Gushchin.