O salão, organizado pela associação americana de tecnologias de amplo consumo (CTA), celebra sua quinquagésima edição de 5 a 8 de janeiro e foi antecedido de dois dias de coletivas de imprensa. O evento contará com mais de 3.800 expositores e está prevista a assistência de pelo menos 165.000 visitantes.
"As coisas que espero ver realmente em todos os lugares são a realidade virtual e aumentada, a casa e os carros inteligentes", disse à AFP Carolina Milanesi, analista da Creative Strategies.
"Se algumas destas expectativas e destes sonhos, como a casa conectada e a realidade virtual ou aumentada não começarem a dar resultados, será certamente sintomático de um problema que a indústria irá enfrentar", advertiu.
Encontrar uma fonte de crescimento é urgente, pois o mercado dos smartphones está dando sinais de saturação e outros produtos parecem decepcionar as expectativas depositadas neles, como os tablets, cujo auge declinou, ou os smartwatches, que penaram para encontrar seu público.
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Stephen Baker, analista da empresa NPD Group, também previu "um monte de coisas relacionadas com a realidade virtual e aumentada, como os drones e as casas inteligentes". No entanto, admitiu que "a maior parte serão melhorias do que vimos no ano passado" - nada realmente "revolucionário".
"Não acredito que se tenha chegado a um ponto de inflexão em nenhum destes produtos, mas estamos muito perto de coisas como a casa inteligente", enquanto é possível que a realidade virtual e aumentada se tornem tecnologias de consumo mais generalizado a partir deste ano, apostou.
Homem testa a máquina voadora HYPERSUIT, um simulador de realidade virtual, na Consumer Electronics Show (CES) 2017, em Las Vegas. AFP PHOTO / DAVID MCNEW
Muitos expositores do CES possivelmente vão aproveitar a oportunidade para demonstrar o potencial da realidade virtual e aumentada na indústria, no comércio e, inclusive, na medicina, embora a princípio seja associada sobretudo ao campo dos videogames, segundo Jack Gold, outro especialista do setor.
"Não se trata de saber se [a realidade virtual e aumentada] tem o potencial de mudar as coisas", mas de torná-las suficientemente acessíveis financeiramente "para que as pessoas possam realmente utilizá-las", diz. Os avanços tecnológicos na inteligência artificial e na robótica também terão lugar de destaque no salão.
Carros inteligentes
Os pesos-pesados da eletrônica, como Samsung, Sony, LG Electronics, Panasonic e Huawei, entre outros, competirão, como ocorre todo ano, no tamanho e na resolução de seus aparelhos de TV, no design de seus smartphones e na inteligência de seus dispositivos domésticos.
A LG deve, entre outros dispositivos, apresentar um alto-falante que "levita" sobre seu suporte, graças a eletroímãs, e a Samsung mostrará um aspirador compatível com o assistente doméstico por comando de voz Echo, da Amazon.
O CES se tornou paralelamente um evento importante para a indústria automotiva, que já não deve se limitar necessariamente a apresentar seus novos modelos em seu próprio salão, que será realizado entre 8 e 22 de janeiro, em Detroit.
O Tesla Model S P100D. Foto: Ethan Miller/Getty Images/AFP
Particularmente, a ênfase estará nos veículos futuristas, especialmente naqueles que dispensam o motorista - a parte do salão dedicada a tecnologias de direção autônoma, que alguns fabricantes prometem lançar em série em 2021, cresceu 75% desde que foi criada, em 2014, segundo o CTA.
"Já foi dada a largada para oferecer aos consumidores veículos autônomos, elétricos e conectados. O CES será uma etapa importante nos próximos anos para ver se no setor se pode conseguir um futuro assim", destacou J.P. Gownder, analista da empresa Forrester.