Cauda de dinossauro com penas é encontrada em pedaço de âmbar

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 09/12/2016 às 9:49
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Cientistas encontraram uma parte da cauda de um dinossauro com penas que foi preservada em âmbar por 99 milhões de anos, de acordo com um estudo divulgado na quinta-feira.

No aclamado filme de ficção científica "Jurassic Park", os cientistas conseguiam clonar dinossauros com o DNA encontrado em pedaços de âmbar.

Um dos principais autores do estudo, Lida Xing, da Universidade de Geociências da China, se deparou com o fóssil do dinossauro em um mercado de âmbar em Mianmar no ano passado.

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Isto dá uma oportunidade de lançar um olhar novo para as criaturas com penas extintas, assim como para a evolução das penas em si.

"Esta é uma nova fonte de informação que vale a pena ser investigada com intensidade, protegendo-a como um recurso fóssil", disse Ryan McKellar, um dos cientistas que trabalharam no estudo, publicado na revista americana Current Biology.

Os cientistas estão certos de que o âmbar preservou um dinossauro, e não um pássaro pré-histórico, porque "a cauda é longa e flexível", indicou McKellar.

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"O novo material preserva uma cauda que consta de oito vértebras de um (animal) jovem; elas estão cercadas por penas que estão preservadas em três dimensões e detalhes microscópicos", disse McKellar, co-autor e cientista do Royal Saskatchewan Museum no Canadá.

Embora toda a cauda tivesse penas, o dinossauro provavelmente não podia voar, indicou o paleontologista.

A plumagem provavelmente ajudou o animal em rituais de acasalamento ou para regular a temperatura, disse McKellar.

Penas que datam da época dos dinossauros já foram encontradas em âmbar, mas esta é a primeira vez que os cientistas puderam vincular definitivamente a uma espécie de dinossauro, indicaram os pesquisadores.

Os cientistas analisaram o âmbar usando scanner e observações microscópicas.

A resina fossilizada de árvores frequentemente é usada em joalheria, mas McKellar disse que esta descoberta ressalta a importância do âmbar na pesquisa paleontológica.

AFP