Vida na Terra se originou antes do que se pensava

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 01/09/2016 às 9:23
This undated handout picture released on September 1, 2016 by the University of Wollongong shows team members Vickie Bennett (L), Allen Nutman (C) and Clark Friend examining rocks in Greenland, where 3.7 billion year old stromatolite fossils were found. 
Life on Earth is even older than we thought, said Australian scientists on September 1 as they unveiled fossils dating back a staggering 3.7 billion years. The fossilised structures -- called stromatolites -- preserved in ancient rocks along the edge of Greenland's ice cap were 220 million years older than the previous record holders.

 / AFP PHOTO / UNIVERSITY OF WOLLONGONG / UNIVERSITY OF WOLLONGONG / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / UNIVERSITY OF WOLLONGGONG" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS == NO ARCHIVE
This undated handout picture released on September 1, 2016 by the University of Wollongong shows team members Vickie Bennett (L), Allen Nutman (C) and Clark Friend examining rocks in Greenland, where 3.7 billion year old stromatolite fossils were found. Life on Earth is even older than we thought, said Australian scientists on September 1 as they unveiled fossils dating back a staggering 3.7 billion years. The fossilised structures -- called stromatolites -- preserved in ancient rocks along the edge of Greenland's ice cap were 220 million years older than the previous record holders. / AFP PHOTO / UNIVERSITY OF WOLLONGONG / UNIVERSITY OF WOLLONGONG / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / UNIVERSITY OF WOLLONGGONG" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS == NO ARCHIVE FOTO: This undated handout picture released on September 1, 2016 by the University of Wollongong shows team members Vickie Bennett (L), Allen Nutman (C) and Clark Friend examining rocks in Greenland, where 3.7 billion year old stromatolite fossils were found. Life on Earth is even older than we thought, said Australian scientists on September 1 as they unveiled fossils dating back a staggering 3.7 billion years. The fossilised structures -- called stromatolites -- preserved in ancient rocks along the edge of Greenland's ice cap were 220 million years older than the previous record holders. / AFP PHOTO / UNIVERSITY OF WOLLONGONG / UNIVERSITY OF WOLLONGONG / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / UNIVERSITY OF WOLLONGGONG" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS == NO ARCHIVE

(AFP)

A vida na Terra se originou 220 milhões de anos antes do que se pensava até agora, indicaram nesta quinta-feira cientistas australianos ao revelar a existência de fósseis que datam de ao menos 3,7 bilhões de anos.

Estas pequenas estruturas, chamadas de estromatólitos, foram encontradas na Groenlândia e emergiram à superfície após o degelo de uma placa no maciço de Isuea, no sudoeste desta grande ilha.

Estes estromatólitos - estruturas fossilizadas "de origem biológica", de 1 a 4 centímetros - demonstram que a vida emergiu pouco depois da formação da Terra (há 4,5 bilhões de anos), destaca o pesquisador Allen Nutman da Universidade de Wollongong.

Passado climático da Terra aponta para futuro superaquecido

Mudança climática ligada a vulcões contribuiu para extinção de dinossauros 

Acrescenta que isso permite abrigar a esperança de que uma forma muito básica de vida pode, em algum momento, existir no Planeta Marte.

"Esta descoberta representa um novo ponto de referência sobre a mais antiga prova de vida na Terra, afirma o professor Martin Julian Van Kranendonk, especialista geólogo da Universidade de Nova Gales do Sul e um dos coautores do estudo, divulgado na revista Nature.

Esta descoberta pode ajudar na busca de vida básica em Marte, considerado o planeta do sistema solar mais propício para a existência de formas de vida.

"Há 3,7 bilhões de anos, Marte era provavelmente ainda úmido, inclusive com oceanos", explica à AFP Allen Nutman.

"Se a vida se desenvolveu tão rapidamente na Terra, permitindo a formação de coisas como estes estromatólitos, seria mais fácil detectar sinais de vida em Marte".

"Em vez de estudar unicamente a 'assinatura' química do planeta, poderíamos ver nas imagens de Marte coisas como os estromatólitos", explica.

Até hoje, a mais antiga prova de vida na Terra foi descoberta por pesquisadores australianos e canadenses, nas rochas de Strelley Pool Chert, na região Pilbara na Austrália. Tinha 3,5 bilhões de anos.