Campus Party Recife 2016 é encerrada depois de 24 horas de palestras e workshops

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 21/08/2016 às 15:43
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Por Karol Albuquerque

A estrutura menor não foi problema para os bravos campuseiros que viraram a noite do sábado (20) para o domingo (21) no Classic Hall durante a quinta edição da Campus Party Recife. Os números ainda não foram oficialmente divulgados e devem sair durante a semana, mas o diretor Tonico Novaes acredita que cerca de 3 mil pessoas passaram pelo evento de tecnologia.

Por ter apenas 24 horas, a Campus Party Weekend não deu muito tempo para os campuseiros dormirem. Deu, no máximo, para tirar um cochilo no canto. Henrique Mendes, desenvolvedor de jogos, aproveitou vinte minutos para descansar durante a madrugada. "Dei um cochilo muito rápido às 4h, fora isso fiquei acordado. Deu para dormir porque o sono foi mais forte e não teve barulho certo. O corpo pediu para parar e consegui", explicou o campuseiro.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Tonico Novaes avisava: se eu não durmo, ninguém dorme. Em um gap de palestras no palco principal durante a madrugada, o diretor iniciou uma série de atividades, com perguntas e a música do Sonic se afogando no estágio do labirinto bastante alta. "Era para animar, fazer bagunça, brincar e estar mais próximos dos campuseiros" disse. Paralelamente, o Buruçu na Web tocou bregas famosos no palco de criatividade e entretenimento para não deixar ninguém dormir e chamar o público para a palestra deles.

O professor Dado Schneider deu duas palestras durante a madrugada, a primeira delas, a palestra muda, atraiu bastante gente. "Tem gente nova que não aceita mudança", falou sobre o século XXI, se referindo como era de mudanças, veloz e complexas. O doutor em comunicação conseguiu fazer com que os campuseiros largassem o celular por 30 minutos com o método aplicado por ele também em sala de aula.

Também com duas participações no evento, os criadores do Jovem Nerd interagiram bastante com o público. Com 14 anos produzindo conteúdo, eles citaram a necessidade de profissionalização.

> As primeiras horas da Campus Party Weekend Recife 2016 

Famosa pela boa internet, o wi-fi desta edição da Campus Party foi criticado pelos participantes. Durante uma palestra, foi possível ouvir uma caloura reclamar "como um evento de tecnologia podia ter uma internet ruim". Erika Agda, estudante de tecnologia mecatrônica, conseguiu acessar pelo celular. "Falta de internet, falta de tomada, de mesas. Tinha gente meio triste, porque não tinha como logar. Nos notebooks não pegava", lamentou a estudante.

Caloura de Campus Party, Yanka Santos, programadora front-end, acompanhou palestras de empreendorismo, no palco de ciência e inovação, com Bruno Souza e Silvio Meira. "Deu para encontrar pessoas da comunidade que eu conversava online, foi bem legal", ressaltou a recifense. Conhecer pessoas, inclusive, foi um dos discursos de Bruno Souza, o Javaman, na abertura do evento.

"Eu recebi bons elogios, bons feedbacks, o pessoal entendeu e foi parceiro. Recife sempre nos acolhe calorosamente", agradeceu o diretor Tonico Novaes. Antes do encerramento, o telão do Classic Hall exibia o Epic Sax Gandalf.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem Foto: Diego Nigro/JC Imagem

As start-ups Focus, Smile Day e Salvos foram as premiadas. No espaço do Hacker Cidadão, cinco times selecionados entre 60 competidores foram julgados na final do evento, que começou há uma semana. "Eles viraram a noite desenvolvendo. Tivemos ideias bem legais, time que desenvolveu aplicativo para bicicleta, com sensores, time tratando de áreas de risco, como barreiras", explicou Petrônio Medeiros, coordenador do Hacker Cidadão. O grupo Bike Data venceu a quarta edição do projeto. O segundo e o terceiro lugar ficaram com iChoveu e Seco, respectivamente. As outras duas equipes foram Ei! e Rota Verde. De acordo com a organização, a diferença de pontos foi mínima.

Para 2017, a organização espera que a edição volte ao tamanho normal, com quatro dias de Campus Party. "Espero que volte o camping, a internet. Precisamos conversar com prefeitura e governo para voltar com a edição full", adiantou Tonico Novaes.