Ataques no Facebook fazem 10 mil vítimas em dois dias

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 05/07/2016 às 11:57
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Alerta do pessoal da Kaspersky Lab: um ataque de malware afetou cerca de 10?mil usuários do Facebook do mundo inteiro. Os dispositivos foram infectados depois de receberem mensagem dizendo que um amigo os havia mencionado em um comentário da rede.

O objetivo do ataque era roubar contas do Facebook e depois espalhar a infecção por meio dos amigos da vítima e possibilitar outras atividades maliciosas. Países na América do Sul, Europa, Tunísia e Israel foram os mais atingidos e, para variar, o Brasil foi o país com o maior número de infectados.

Os ataques aconteceram principalmente entre 24 e 27 de junho. Nesses dias, milhares de pessoas desavisadas receberam mensagens de amigos do Facebook, dizendo que tinham sido mencionados em um comentário. "Na verdade, a mensagem era enviada por invasores e desencadeava um ataque em duas fases. Na primeira, era baixado no computador do usuário um trojan que instalava, entre outras coisas, uma extensão maliciosa do navegador Chrome. Com isso a segunda fase era ativada; ao acessar a rede social usando o navegador comprometido, o controle da conta era tomado", explica a empresa.

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O malware então conseguia alterar configurações de privacidade do usuário, extrair dados que possibilitariam a disseminação da infecção por meio dos amigos da vítima no Facebook ou a realização de outras atividades maliciosas, como envio de spam, roubo de identidades e produção de ‘curtidas’ e ‘compartilhamentos’ fraudulentos. O vírus ainda colocava sites de segurança na blacklist mo navegador, como forma de se proteger.

A Kaspersky Security Network registrou pouco menos de 10?mil tentativas de infecção em todo o mundo. Os países mais afetados foram Brasil, Polônia, Peru, Colômbia, México, Equador, Grécia, Portugal, Tunísia, Venezuela, Alemanha e Israel.

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Os usuários mais vulneráveis estavam no Windows, já os dispositivos móveis Android e iOS estavam imunes ao ataque, pois o malware utilizou bibliotecas incompatíveis com esses sistemas operacionais. O Facebook conseguiu atenuar a ameaça, bloqueando as técnicas de propagação do malware pelos computadores infectados. Eles informam não ter observado outras tentativas de infecção. O Google também removeu pelo menos uma das extensões criminosas da Chrome Web Store.

“Devemos destacar dois aspectos desse ataque. Em primeiro lugar, a distribuição do malware foi extremamente eficiente, atingindo milhares de usuários em apenas 48 horas. Além disso, a resposta dos consumidores e da mídia foi quase tão rápida quanto o ataque. Essa reação aumentou a visibilidade da campanha e motivou medidas e investigação imediatas pelos provedores envolvidos”, observou Ido Naor, pesquisador sênior em segurança da Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky Lab.

Se você acha que foi infectado, execute uma verificação de malware no computador ou abra o navegador Chrome e procure por extensões instaladas que sejam desconhecidas. Caso as encontre, saia de sua conta do Facebook, feche o navegador e desconecte o cabo de rede do computador. Solicite que um profissional verifique e elimine o malware. A Kaspersky Lab possui produtos que detectam e bloqueiam essa ameaça.