Energias renováveis tiveram crescimento recorde

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 01/06/2016 às 16:42
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da AFP

Os países em desenvolvimento gastaram mais em energias renováveis do que os ricos pela primeira vez no ano passado, liderando o aumento mais rápido de energias verdes já registrado, segundo um estudo divulgado na quarta-feira.

O investimento global em energias renováveis mais que dobrou o total gasto com eletricidade gerada a partir de gás natural e novas fontes de carvão em 2015, de acordo com o relatório Renewables Global Status.  O gasto total com energias verdes aumentou 5% em 2015 com relação a 2014, somando 286 bilhões de dólares e batendo o recorde anterior, que tinha sido registrado em 2011.

A China foi o país que mais investiu no setor, respondendo por mais de um terço do investimento total, enquanto a Índia, África do Sul, México e Chile também aumentaram significativamente os gastos. No total, cerca de 147 gigawatts a mais foram gerados durante o ano - o maior aumento já registrado, e o equivalente à capacidade de geração de toda a África.

"As energias renováveis se estabeleceram ao redor do mundo como fontes convencionais de energia", afirma o relatório.  "Novos mercados para as energias renováveis centralizada e distribuída estão surgindo em todas as regiões", completa.

As energias eólica e solar foram as mais utilizadas, enquanto os investimentos em outros tipos de energias renováveis, como biocombustíveis e energia hidráulica, diminuíram.  Ao mesmo tempo, o setor de transportes continuou atrás de outras áreas no uso de energias renováveis, segundo o estudo.

Os gastos com energias verdes nos países desenvolvidos também diminuiu, principalmente na Europa, onde o investimento total caiu cerca de um quinto em relação ao ano anterior.  "Os responsáveis pela formulação de políticas públicas precisam remover as barreiras que estão impedindo o aumento da participação das energias renováveis no aquecimento, refrigeração e transportes", disse o relatório.  "Os formuladores de políticas devem pensar no longo prazo, a fim de aumentar o investimento em energia limpa e fazer avançar a transição energética nos seus países", completa o texto.