Vivo e Qualcomm levam 4G à escola da zona rural de Vitória de Santo Antão

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 17/03/2016 às 15:02
Foto: Rogerio Lorenzoni/Divulgação
Foto: Rogerio Lorenzoni/Divulgação FOTO: Foto: Rogerio Lorenzoni/Divulgação

Foto: Rogerio Lorenzoni/Divulgação Foto: Rogerio Lorenzoni/Divulgação

Para chegar em Sítio Oiteiro, na zona rural de Vitória de Santo Antão, é preciso percorrer cerca de oito quilômetros por uma estrada de barro a partir da PE-050. Em tempos de chuva, como as que têm acometido a região nos últimos dias, não é fácil chegar lá, seja de carro, seja de ônibus ou caminhão.

Até o sinal de celular custa a completar o percurso – nos pouco mais de 20 minutos entre a cidade e o distrito, as barrinhas do smartphone vão sumindo. Até chegarmos à Escola Municipal Manoel Domingos, que desde ontem é uma bolha de conectividade na Zona da Mata pernambucana.

O projeto Escolas Rurais Conectadas, da Telefônica Vivo em colaboração com Qualcomm, transformou o espaço num laboratório para novas metodologias educacionais baseadas no uso intenso de tecnologia. Os 140 alunos e sete professores da unidade agora contam com internet 4G de 40 Mbps, tablets e notebooks para uso dentro e fora da sala de aula. Os professores ainda estão sendo capacitados por especialistas do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), que também promoverão oficinas de robótica, programação e podcasts.

“Vamos acompanhar de perto a influência da tecnologia no aprendizado para utilizar como referência e isso certamente nos ajudará na construção de novos modelos educacionais para Estados e municípios”, afirma Américo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo. Daqui a um ano, representantes da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) irão até a escola para fazer essa avaliação.

“Queremos que esse impacto seja medido por uma instituição neutra, para podermos validar ou corrigir nossa metodologia, de maneira que essa experiência possa servir para mostrar que qualquer cidade do Brasil pode ter uma escola conectada”, completa Mattar.

A Escola Municipal Manoel Domingos é a segunda a receber o laboratório implementado pela Fundação Telefônica Vivo no País. O primeiro foi em Viamão (RS), onde a escola recebeu conexão de fibra ótica de alta velocidade. Porém, de acordo com o presidente da Qualcomm para a América Latin, Rafael Steinhauser, a experiência em Vitória de Santo Antão é diferente. “Ela é disruptiva no momento em que utiliza conectividade 4G. Dessa forma, os alunos podem permanecer conectados em seus tablets 24 horas por dia e não só dentro da escola. Além disso, reduz os custos de manutenção de uma rede wi-fi para a unidade de ensino. É um modelo que pode ser replicado em qualquer lugar e, pelo menos, 50% mais barato”, explica Steinhauser.

De acordo com o diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo, a Manoel Domingos foi selecionada após o cruzamento de critérios como localização em área rural, rede 4G disponível, número de alunos e disposição para inovar práticas pedagógicas. “Percebemos uma grande incidência de acesso dos professores da região ao nosso programa de qualificação a distância. A partir disso, entramos em contato com a prefeitura e a escola”, lembra.

Para a diretora da escola, a professora Célia Gertrudes, os benefícios do projeto vão para além dos alunos. “Ser uma das instituições escolhidas para receber toda essa tecnologia e ainda virar um laboratório referência desse projeto é totalmente motivador. É algo que mexe até com a autoestima das pessoas, pois elas se sentem incluídas nesse mundo digital”, avalia.