Assange diz que aceitará ser preso se painel da ONU decidir contra ele

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 04/02/2016 às 10:29
Foto: David G Silvers. Cancillería del Ecuador.
Foto: David G Silvers. Cancillería del Ecuador. FOTO: Foto: David G Silvers. Cancillería del Ecuador.

Foto: David G Silvers. Cancillería del Ecuador. Foto: David G Silvers. Cancillería del Ecuador.

[Atualizado às 11h]

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse que aceitará ser preso pela polícia do Reino Unido na sexta-feira se um grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) que está investigando as acusações contra ele decidir que os três anos que ele passou dentro da Embaixada do Equador, em Londres, não equivale a uma detenção, disse ele em sua conta no Twitter.

"Se a ONU anunciar amanhã [sexta-feira] que perdi meu caso contra o Reino Unido e a Suécia, deverei deixar a embaixada ao meio-dia de sexta-feira para aceitar a detenção por parte da polícia britânica, já que uma apelação não parece possível", disse ele em seu Twitter.

"No entanto, se a decisão for a meu favor e ficar provado que os Estados agiram de maneira ilegal, espero a devolução imediata do meu passaporte e que não ocorram novas tentativas de me prender", disse ele.

[ATUALIZAÇÃO]

O painel da ONU deu ganho de causa a Assange depois da reunião que aconteceu na manhã de hoje. O comitê decidiu que o fundador do Wikileaks foi "detido arbitrariamente". A avaliação oficial da ação movida pelo sueco contra o Reino Unido e seu país de origem será divulgada amanhã (5). 

O comitê não tem qualquer autoridade para impor suas conclusões às autoridades judiciais britânicas ou suecas. Sua decisão pode, no entanto, influenciar os promotores que irão prosseguir para um interrogatório sobre as alegações de má conduta sexual.

O australiano, de 44 anos, é investigado na Suécia por suspeita de estupro em 2010 e se refugiou em Londres para evitar extradição. A avaliação da ONU sobre a ação movida por Assange contra o Reino Unido e a Suécia será divulgada oficialmente na sexta-feira.

Assange está há três anos refugiado na embaixada equatoriana em Londres, desde que um longo processo legal no Reino Unido decidiu por sua extradição à Suécia, onde é investigado por crimes sexuais.

O Equador ofereceu asilo ao australiano. No entanto, ele pode ser preso imediatamente se pisar em solo britânico. Durante anos, policiais permaneceram em frente à embaixada, o que custou milhares de libras.

O temor de Assange é que a Suécia o entregue aos EUA, onde pode ser processado por ter revelado milhares de informações sigilosas de diplomáticos e de militares norte-americanos no site WikiLeaks, que foi fundado em 2006.

Fonte: Estadão Conteúdo/Associated Press