Meteoritos que caíram no Brasil agora têm exposição permanente no museu

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 07/09/2015 às 9:08

Foto: Divulgação. Foto: Divulgação.

Uma reflexão sobre as origens do nosso planeta e o futuro reservado a ele é o que propõe a exposição "Meteoritos – da Gênese ao Apocalipse", aberta na semana passada no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

Com peças do próprio acervo do museu, a mostra é a mais abrangente já feita sobre o tema e permite ao visitante aprender sobre a importância desses fragmentos extraterrestres, desde o surgimento da vida na Terra até a extinção de espécies como os dinossauros.

O título da exposição reflete a preocupação da curadoria em explicar não só o que são os meteoritos, mas, também, como eles influenciaram na formação do Sistema Solar e na origem da vida. O caráter mitológico dessas pedras que caíram do céu foi associado aos deuses sendo adoradas como divindades e objetos sagrados, a exemplo da Kaaba dos muçulmanos, também destacado na mostra.

“Pelo menos duas datas do cristianismo, o Natal e a Páscoa, estão associadas a meteoros”, lembra a curadora da exposição, professora Elizabeth Zucolotto. Na organização da mostra, ela optou pela interatividade. Assim, o visitante pode tocar e até mesmo tirar uma foto sentado em meteoritos, como o Santa Luzia, encontrado em 1925 em Goiás. O meteorito é um dos destaques da coleção do museu.

“Um meteorito não é só uma pedra. Tocar nele é tocar num asteróide, num fragmento de outro planeta, em algo mais antigo que o nosso planeta”, ressalta a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à qual o Museu Nacional é vinculado.

A instituição é detentora da maior coleção de meteoritos do país, com 62 peças. “O mais famoso é o Bendegó, encontrado no sertão da Bahia no século 18. Desde 1888 ele integra o acervo do museu. Já foi o maior do mundo, mas hoje ocupa a 16ª posição”, informa Elizabeth.

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A exposição coincide com o 6º Encontro Internacional de Meteoritos e Vulcões, também aberto no último dia 3 no museu. O evento reúne especialistas nacionais e internacionais da área, entre eles o pesquisador Klaus Keil, da Universidade do Havaí (EUA), considerado um dos maiores cientistas no estudo da meteorítica. As palestras do encontro prosseguem hoje (4) no Instituto de Geociência da UFRJ, no campi da Ilha do Fundão.

Exposição permanente pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, e nas segundas-feiras, das 12h às 17h. O ingresso custa R$ 6, a inteira, e R$ 3, a meia. Crianças de até cinco anos e portadores de necessidades especiais têm gratuidade. [Da Agência Brasil]