Airbnb para refugiados: site compartilha casas de cidadãos para ajudar imigrantes

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 03/09/2015 às 15:03

Criança síria chora com a mãe em campo de refugiados na fronteira da Turquia. (AFP). Criança síria chora com a mãe em campo de refugiados na fronteira da Turquia. (AFP).

Em meio à maior crise migratória da humanidade desde o final da Segunda Guerra Mundial, um grupo de desenvolvedores resolveu se unir para ajudar o grande contigente de famílias que fogem de conflitos na Síria, Iraque e países do Norte da África. É o Refugees Welcome, que vem sendo chamado de "Airbnb para refugiados".

Criado na Alemanha, o site espera em breve aumentar sua atuação para outros países da Europa. O Refugees Welcome reúne pessoas que aceitam oferecer a casa para receber refugiados. Segundo o TheGuardian, a partir de dados fornecidos pelos criadores, o site já conseguiu abrigo para 134 pessoas, que estão morando em casas de cidadãos locais. Cerca de 780 moradores alemães se cadastraram para receber os refugiados.

Essas pessoas vieram do Afeganistão, Burkina Faso, Mali, Nigéria, Síria, Somália, Nigéria e Paquistão. Jonas Kakoschke e Mareike Geiling, que vivem com um imigrante malês chamado Bakari, ajudam a identificar e ajudar os refugiados que conseguem chegar na Alemanha.

Mareike Geiling e o namorado Jonas Kakoschke conversam com seu hóspede refugiado malês. Mareike Geiling e o namorado Jonas Kakoschke conversam com seu hóspede refugiado malês.

A solidariedade deste Airbnb para refugiados constrange ainda mais as autoridades dos países ricos europeus, que não conseguem lidar com a crise. Esta semana a imagem do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos, morto afogado ao tentar chegar na ilha grega de Kos, chamou a atenção do mundo para essa catástrofe humanitária.

Outras iniciativas começam a aparecer na web. Na Islândia, moradores criaram uma página para pressionar o Governo a aumentar sua cota de refugiados. País mais pacífico do mundo, a pequena ilha do Mar do Norte tem mais de 10 mil cidadãos dispostos a oferecer cômodos de sua casa para receber os migrantes.

Na Suécia, moradores estão organizando mutirões para receber os refugiados que chegam aos portos. O país tem a maior quantidade de refugiados per capita da Europa, cerca de 80 mil, e só perde em números absolutos para a Alemanha. O governo sueco também avisou que irá facilitar a abertura de contas bancárias e retirada de documentos.

No Brasil, quem quiser ajudar pode realizar doações em reais para Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados).Segundo o site, a partir de R$ 165 permite fornecer cobertores térmicos de lã para aquecer uma família durante os meses de rigoroso inverno. [Via NPR, Guardian]

https://twitter.com/amnesty/status/639466641970098176