Saiba mais sobre a Alphabet, a nova empresa-mãe do Google

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 11/08/2015 às 10:20

Sundar Pichai, o novo CEO do Google. (Divulgação). Sundar Pichai, o novo CEO do Google. (Divulgação).

O Google anunciou na noite desta segunda (10) uma grande reestruturação e apresentou uma nova companhia, a Alphabet, da qual o próprio Google e suas subsidiárias farão parte.

A Alphabet será o "guarda-chuva", que abarcará seu centro tecnológico X Lab, a unidade de investimentos Google Ventura, as operações em ciência e saúde e a unidade Google de busca. O anúncio pegou o mercado de surpresa e foi apresentado pelo co-fundador do Google Larry Page. A Alphabet substituirá a Google na bolsa de valores de Wall Street e será dirigida por Page e Sergey Brinlos, co-fundadores do grupo de internet.

"Nossa empresa funciona bem atualmente mas achamos que podemos torná-la mais clara e mais responsável. Criamos então uma nova sociedade chamada Alphabet", disse Page. A Alphabet terá Page como diretor-geral e Brin como presidente. Já Eric Schmidt, atual vice-presidente encarregado dos produtos da Google, assumirá a direção-geral do instrumento de busca. Sundar Pichai será o CEO do Google.

Este novo Google conservará as atividades de busca, publicidade, mapas, aplicativos, o YouTube e o sistema operacional Android. Todas as atividades periféricas, que o grupo desenvolveu nos últimos anos a um custo que inquietava alguns investidores, dependerão diretamente da nova holding Alphabet.

Mas por que o Google fez isso?

Um dos motivos alegados por Page para esta mudança foi a busca por menos inércia. Segundo ele, empresas gigantes tendem a ficar "confortáveis" dentro de seus modelos lucrativos de negócio. A ideia do Google ser parte de um conglomerado forçará mais inovação na atuação ao lado de outras companhias menores no mesmo grupo. "Acreditamos que ao longo do tempo, empresas tendem a ficar confortáveis fazendo a mesma coisa, apenas fazendo mudanças incrementais. Mas na indústria de tecnologia, onde ideias revolucionárias geram as próximas áreas de crescimento, você precisa estar um pouco desconfortável para permanecer relevante", disse o executivo e co-fundador.

Um dos outros motivos teria sido uma maior diversificação dos negócios. Todos sabemos que a maior parte da lucratividade da empresa consiste em coletar dados dos usuários em serviços como Gmail, YouTube, Drive, etc, para vender publicidade em seus resultados de busca e também nos AdWord. No entanto, esse modelo de negócio está em declínio. Primeiro porque a educação dos nativos online os faz fugir desse tipo de anúncio, seja através de ad-blocks ou apenas ignorando solenemente. Com essa rejeição em alta, a empresa estaria apostando em outras frentes. Uma delas seria os serviços premium de assinaturas e projetos mais arrojados, como a montadora de carros autônomos, entre diversos outros.

E ainda mais um motivo, esse pura especulação dos bastidores. Segundo especialistas, o Google estaria incomodado com os processos enfrentados na União Europeia. A criação de uma nova empresa protegeria a companhia no caso de perdas sucessivas na justiça. Os principais calos do Google na Europa são as acusações de monopólio e pelo direito ao esquecimento por parte dos usuários.

Veja um infográfico que explica como vai funcionar a Alphabet e suas subsidiárias. Para o grande público, o que isso muda? Absolutamente nada. Pelo menos não por enquanto. O Google vai continuar na sua missão de dominar o mundo coletar e organizar as informações dos seres humanos e seguir relevante na briga de gigantes da tecnologia. [Com AFP, OlharDigital, TheVerge, Bloomberg.]

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