Turing derrotou os nazistas, salvou milhões de vidas, mas foi condenado nos tribunais por ser gay. Foto: Divulgação.
A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra de informação. Mas quase ninguém soube disso até que um personagem viesse a tona: o matemático inglês Alan Turing. Ele foi responsável por liderar um time que decifrou a Enigma, a máquina usada pelos nazistas para coordenar ataques pelo mundo.
A história dele foi contada no filme Jogo da Imitação, que estreia no Brasil na próxima quinta (29). A produção foi indicada a cinco Oscar, incluindo melhor filme, diretor, atriz para Kiera Knightley e ator para Benedict Cumberbatch.
Turing usou seu gênio para criar uma máquina que conseguiu antecipar as combinações da Enigma e assim desestabilizar as ações dos alemães. Seu invento foi utilizado por diversos cientistas na construção do computador que conhecemos hoje. Por isso é dito que Turing é tido como o "pai" do PC, ainda que ele tenha morrido sem mesmo ter ciência da importância de sua descoberta.
Homossexual em uma época em que fazer sexo entre iguais era crime, ele foi condenado a se submeter a um tratamento hormonal que o levou à castração química. Preferiu isso a ir à prisão. Após um ano tomando remédios prescritos pela Justiça ele cometeu suicídio com cianeto em 1954. Tinha 41 anos. Sua história foi mantida em segredo até meados dos anos 1980. A rainha Elizabeth 2ª pediu perdão a Turing apenas em 2013 corrigindo uma das maiores injustiças do Reino Unido.
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Apaixonado por palavras cruzadas e códigos, Turing era um professor universitário em Cambridge quando foi contratado pelo exército inglês em 1942 para trabalhar na Bletchley Park, um centro de inteligência que tentava quebrar o código nazista do Enigma. Recluso e com dificuldades em se relacionar, Turing não era pessoas das mais simpáticas como fica evidente na interpretação de Cumberbatch.
No entanto estudiosos creditam a ele a antecipação do fim da Segunda Guerra em cerca de dois anos, o que salvou milhões de vidas. Além disso ele entrou da história como o pai da inteligência artificial e do computador.
Caderno nunca tinha sido exposto ao público. (Divulgação).
Caderno foi a leilão
O pequeno caderno em que Turing anotou suas descobertas e estudos para quebrar o código nazista foi à leilão nesta semana. O manuscrito tem 56 páginas e traz cálculos, desenhos e escritos de Turing.
A venda deverá atingir cerca de 1 milhão de libras, que serão doadas à caridade.
O caderno foi entregue por Turing ao seu amigo Robin Gandy, que o escondeu até sua morte. Esta é a primeira vez que o manuscrito é exposto ao público.