MundoBit testa carro elétrico do sistema de compartilhamento do Recife

Romeu Leite Coutinho
Romeu Leite Coutinho
Publicado em 11/12/2014 às 19:35

(Foto: Mayra Cavalcanti/NE10) (Foto: Mayra Cavalcanti/NE10)

*Com colaboração de Elvis Lima, do NE10

O sistema de compartilhamento de carros elétricos (car sharing) só terá início na segunda-feira (15), mas o blog MundoBit teve acesso ao veículo nesta quinta e pôde testá-lo, dando uma volta pelo Centro do Recife.

Quem nos acompanhou na nossa "corrida", que durou cerca de 20 minutos, foi o diretor de Tecnologia da Serttel, Alberto Van Drunen. A empresa é responsável pela tecnologia utilizada no sistema de compartilhamento.

Saímos do Porto Digital, já recebendo as primeiras instruções. O carro elétrico é da empresa chinesa Zhidou e funciona como um veículo automático comum, com os pedais de acelerador e freio. Os atos de destravar e ligar o veículo serão feitos através do aplicativo do Porto Leve no celular.

(Foto: Elvis de Lima/NE10) (Foto: Elvis de Lima/NE10)

Ao ligá-lo, é preciso apertar os botões, que ficam no painel e indicam se a pessoa vai dirigir para a frente, dar ré ou ficar neutro (ponto morto). Quando estávamos saindo do Porto Digital, vimos um grupo de deficientes visuais que tentavam atravessar a rua e Alberto deu o alerta: "os carros elétricos são um pouco perigosos para estas pessoas porque são silenciosos. Então temos que ter consciência e cuidado", explicou.

E o silêncio do veículo também pode causar estranhamento para o condutor. O carro não treme e não faz barulho (nem o da seta). O automóvel é pequeno, lento e bastante confortável. O fato de ser automático dificulta um pouco para quem está acostumado a passar as marchas, mas a velocidade em que ele anda permite que a pessoa logo se adapte.

É ideal para o que se propõe: andar de uma estação para a outra, em lugares onde a velocidade não passa dos 40/60km. Até porque este é o limite a que ele consegue chegar, de 60 km/h.

Apesar de estarem desligados durante o nosso "test drive", o veículo possui ar condicionado, assim como som. A direção não é hidráulica, mas leve. É importante lembrar que o carro comporta apenas duas pessoas e uma pequena mala. O espaço interno é suficiente.

Danos ao veículo - A gerente de projetos do Porto Digital, Cidinha Gouveia, esclarece que, caso haja algum acidente ou aconteça algum problema com o carro, o motorista (e usuário) será responsabilizado.

"Tudo depende de como o acidente aconteceu. O carro tem seguro, mas na hora do credenciamento, o usuário assinará um contrato que diz que ele estará responsável pelo automóvel enquanto durar sua corrida", acrescenta.

Dentro do veículo haverá um cartão com telefones úteis, para que a pessoa entre em contato caso haja algum imprevisto.

[NE10] Teste drive do carro elétrico do sistema de compartilhamento

Sistema de compartilhamento começa na segunda, em versão de teste

A partir da próxima segunda (15), o sistema de compartilhamento de carros elétricos passam a funcionar em uma versão de teste, ou seja, para apenas 20 pessoas pré-selecionadas para Porto Digital.

Este é o primeiro sistema do tipo no País, mas só será aberto ao público em março de 2015. A tecnologia utilizada será fornecida pela empresa pernambucana Serttel, incubada no Porto Digital e contratada pelo Parque Tecnológico para o desenvolvimento da solução.

Em primeiro momento, serão três estações, localizadas no Porto Digital e no C.E.S.A.R (ambas no Centro do Recife) e na Rua do Lima (Santo Amaro). As estações serão monitoradas a distância e cada veículo contará com um chip que vai se comunicar com o sistema de controle, informando quando o carro for retirado.

Quando for aberto ao público, serão adicionadas outras três estações, que serão na Prefeitura do Recife, na Casa da Cultura e na Praça do Derby. Os carros são 100% elétricos e têm autonomia para rodar até 100 km (com uma carga de bateria). Os carros são carregados em tomadas comuns.

(Foto: Mayra Cavalcanti/NE10) Carregador do carro elétrico (Foto: Mayra Cavalcanti/NE10)

Para utilizar o sistema, a pessoa precisará fazer um cadastro prévio presencial, com o objetivo de comprovar a idade acima de 18 anos, com cópia da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), comprovante de residência e cartão de crédito. Além disso, o usuário também terá que assinar um contrato, concordando com os termos de uso.

O único plano de utilização será o mensal, no valor de R$ 30, além de uma taxa extra para cada corrida. Caso o usuário queira andar sozinho, sem oferecer carona, a taxa extra custará R$ 20. Mas, ao oferecer carona, através do aplicativo, que só captará pessoas cadastradas no sistema, o valor cai para R$ 10. Se alguém aceitar a carona, ambos (o condutor e o carona) pagam R$ 5.

De acordo com Cidinha Gouveia, o projeto procura estimular a carona, além de diminuir a poluição causada pelos carros movidos a combustível. "A partir do momento que a pessoa passa a pagar menos ao oferecer carona, isso acaba sendo um estímulo para que ela compartilhe o carro", destacou.

A corrida terá a duração de 30 minutos. Ao ultrapassar o tempo, o usuário terá que pagar uma taxa extra de R$ 0,75 por minuto. Se ele extrapolar o horário de funcionamento do sistema, que é das 8h às 18h, também será cobrada uma multa, cujo valor ainda não foi divulgado.