Compra da GVT pela Telefónica vai demorar até três meses

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 29/08/2014 às 14:34

GVT irá se fundir à Telefónica. (Foto: Divulgação). GVT irá se fundir à Telefónica. (Foto: Divulgação).

As mudanças no mercado de telecomunicações no Brasil começam a tomar forma. A Telefónica estima que a operação para a integração com a GVT deverá durar cerca de três meses. Segundo a empresa, a união vai proporcionar um crescimento da base e gerará uma sinergia de 4,7 bilhões de euros.

A união da Telefonica (que opera aqui no Brasil sob o nome Vivo na área de telefonia móvel e internet) com a GVT, que faz parte do grupo francês Vivendi, "será rentável desde o primeiro dia", segundo seus controladores.

A transação vai colocar a Telefonica Brasil como principal operador integrado com a maior quota de mercado em termos de receitas e número de acessos. A Vivendi disse que pode substituir 4,5% das ações da nova empresa por ações ordinárias que possui na Telecom Itália equivalentes a 8,3% dos direitos de voto na italiana.

Foto: Reprodução/Conexaoal.com. Foto: Reprodução/Conexaoal.com.

Veja a nota divulgada pela Telefónica: "A Telefônica Brasil S.A. ("Companhia") vem a público, na forma e para os fins da Instrução CV nº 358/02, em complemento ao Fato Relevante de 28 de agosto de 2014, informar que o Conselho de Administração da Vivendi S.A., em reunião realizada em 28 de agosto de 2014,aceitou conceder exclusividade à Telefónica, S.A. e à Companhia, pelo prazo de 03 (três) meses, para dar andamento às negociações relativasà aquisição da integralidade do capital social da Global Village Telecom S.A. (“Operação”)".

A transação deverá ainda ser analisada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ainda receber recomendações da Anatel, que é órgão regulador de telecomunicações no Brasil.

A Oi tentou entrar no jogo das movimentações das empresas de Telecom ao tentar oferecer uma proposta pelo controle da TIM Brasil, subsidiária brasileira da Telecom Itália. Segundo especialistas ouvidos pelo site Convergência Digital, existe um rumor de que Vivo e Claro também estariam tentando comprar a TIM.

Quem está preocupado com isso é o Governo brasileiro. Primeiro porque todas essas transações e propostas estão acontecendo às vésperas do novo leilão do 4G, cujas propostas precisam ser apresentadas até 23 de setembro. Se uma das empresas decidir não participar, todos os esforços e possibilidades de dinheiro em caixa para a migração da TV Digital estarão comprometidos. Além disso, essas uniões poderiam diminuir a concorrência de telecom no Brasil.

Vamos aguardar as próximas jogadas, mas é bem certo que o cenário de telecom como conhecemos hoje será bem diferente em um futuro próximo.