Estudantes criam óculos inteligentes para deficientes visuais

Romeu Leite Coutinho
Romeu Leite Coutinho
Publicado em 25/07/2014 às 21:49

O custo do protótipo foi de R$ 150 (Foto: Mariana Dantas/NE10) O custo do protótipo foi de R$ 150 (Foto: Mariana Dantas/NE10)

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Por Mariana Dantas

Dispostos a criar um produto que ajudasse às pessoas com deficiência visual a terem mais independência e segurança ao caminhar nas ruas, um grupo de estudantes de engenharia da computação de uma faculdade do Recife decidiu ouvir quem mais entende do assunto: os próprios deficientes visuais. Eles descobriram que a bengala, apesar de ser um instrumento de extrema importância, só alcança objetos com altura de até um metro (da cintura para baixo). Ou seja, o risco de esbarrar em obstáculos "altos" (na área entre a cabeça e a cintura) é grande.

Para solucionar o problema, os estudantes criaram um óculos inteligente para deficientes visuais com foco na detecção de obstáculos. Denominado de Paw Project, a ideia foi selecionada para participar do Startup Maker, espaço da CPRecife2013 onde novos empreendedores de negócios digitais podem apresentar os seus produtos.

Apesar de eficiente, a bengala só alcança objetos com altura de até um metro Apesar de eficiente, a bengala só alcança objetos com altura de até um metro

O projeto dos estudantes foi selecionado para participar do espaço Startup Maker O projeto dos estudantes foi selecionado para participar do espaço Startup Maker

O protótipo, considerado de baixo custo, utiliza sensores ultra-sônicos (mesma tecnologia dos sensores de ré usados em carros) acoplados em uma armação de óculos, baterias e uma pulseira vibratória. "Inicialmente, o sensor funcionava através de avisos sonoros. Mas fomos orientados pelos próprios deficientes visuais a criar uma outra opção de alerta, já que o som poderia incomodar. Por isso resolvemos desenvolver a pulseira, que aumenta a vibração ao se aproximar do obstáculo", explica o estudante Jalingson Assis. Ele criou os óculos juntamente com os colegas Álvaro Maia, Everton Meireles e Marcos Penha.

O custo do protótipo foi de  R$ 150. "Caso passe a ser fabricado, esse valor pode cair", disse Jalingson.

APP - Outro produto do Paw Project é um aplicativo colaborativo onde os deficientes visuais podem reportar os obstáculos que encontram na cidade. Segundo o estudante, os dados são enviados para o site, que marca os pontos no Google Maps. "A ideia é criar rotas alternativas com menos obstáculos. Os problemas de mobilidade também poderão ser repassados para os órgãos públicos, como prefeituras".

Aplicativo colaborativo marca os pontos de obstáculos na cidade Aplicativo colaborativo marca os pontos de obstáculos na cidade

Serviço:

Informações sobre o Paw Project no site annuitwalk.com