O NAO faz parte das três linhas de robótica ensinadas nas escolas da rede municipal do Recife. (Foto: Divulgação/Rayanne Morais)
Uma disciplina que envolve matemática, física, história e a interação pessoal, acaba de ganhar uma aliada nas escolas municipais de Recife. A robótica, introduzida na grade de aulas dos alunos em 2013, agora conta com uma participação muito especial: o robô NAO (que em chinês significa "cérebro").
O equipamento é um robô humanóide que imita interações e reações do ser humano. Ele é capaz de dançar, cantar, conversar com as pessoas, reconhecer faces e até jogar futebol. Atualmente, o NAO é trabalhado com crianças desde a creche, com atividades mais simples, até as de 9º Ano das escolas públicas do Recife.
De acordo com o professor de ciências Jadson Cavalcanti, as aulas de robótica envolvem três linhas, sendo uma delas a livre, a LEGO e, agora, a NAO. Na livre, os estudantes são estimulados a construir artefatos eletrônicos a partir da reutilização de material eletro-eletrônico usado.
Já a robótica de LEGO acontece de uma forma mais sistemática, com um material que já vem pronto. Nele, os alunos devem aprender a programar as peças, que se encaixam. Por ser infinitamente reprogramável, o NAO, no entanto, é a opção que oferece a maior possibilidade de interações.
"Quando veem um robô, as crianças e adultos já encaram de uma forma diferente, por ser algo fora do comum. Por isso, com os alunos de 6º a 9º ano, nós trabalhamos a programação do NAO, para que ele possa obedecer a qualquer ordem que dermos e, a partir dessa programação, nós os levamos para a creche, onde o trabalho maior é de interação com as crianças menores", explicou Jadson.
Recife possui a maior concentração de robôs NAO do mundo, estando 30 equipamentos na cidade. (Foto: Divulgação/Rayanne Morais)
Com o robô NAO, os alunos podem trabalhar com a programação de voz, de movimento, entre outras opções. Segundo dados da Secretaria de Educação do Recife, 30 robôs foram adquiridos, o que representa a maior concentração de NAOs (que são fabricados na França) do mundo.
"Ele é tão importante que quando saímos com ele para as aulas, precisamos de um batedor da Polícia Militar", acrescenta o professor.
Desde que o programa de robótica foi inserido em escolas municipais, o estudante do 7º ano, Carlos Alberto Araújo, de 12 anos, se interessou pela disciplina.
Neste ano, ele começou a utilizar o NAO em suas aulas e simplesmente se apaixonou pelo equipamento. "Eu já gostava bastante da robótica livre, mas hoje em dia sou dividido. Já trabalhei bastante com o robô e gosto dele porque ele é quase humano. O que mais gosto é programá-lo e depois vê-lo fazendo exatamente o que programei", declara o garoto.
E o amor pela robótica é tanto que Carlos já pensa na profissão que irá seguir no futuro. "Penso em ser engenheiro mecatrônico e trabalhar com robótica", acrescentou. Este ano, Carlos está ansioso para dois eventos, dos quais participará: a Campus Party Recife e o Mundial de Robótica, que ocorrerá em João Pessoa. "Fui outros anos e adorei. É legal ver o que tem de mais novo nessa área", completou.