Taxistas fazem protestos no Brasil e no mundo contra aplicativos de carona

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 11/06/2014 às 15:55

Taxistas fizeram protestos hoje pela manhã no Rio. (Foto: AFP/Getty Images). Taxistas fizeram protestos hoje pela manhã no Rio. (Foto: AFP/Getty Images).

Protestos no Brasil e na Europa acontecem nesta quarta (11) contra aplicativos de carona como o Uber e o Lift. Taxistas no Rio de Janeiro, em Berlim e Paris, além de outras cidades, estão irritados com o que chamam de "atividade ilegal da profissão".

Os aplicativos permitem que uma pessoa possa oferecer seu próprio carro para dar carona a usuários que estejam próximos. O app usa a geolocalização para encontrar passageiros. A cobrança é opcional.

Duas pessoas foram encaminhadas à Delegacia Policial de Copacabana, na zona sul do Rio, acusadas de estarem exercendo ilegalmente a profissão de taxista em frente a um hotel também na zona sul. A denúncia foi feita por motoristas de táxi que protestavam hoje na esquina da Avenida Atlântica com Princesa Isabel, uma das principais vias da zona sul da cidade, contra o aumento de táxis ilegais circulando pela cidade.

Os manifestantes têm uma reunião marcada ainda para esta quarta-feira, na Câmara Municipal dos Vereadores, para tratar da questão.

A manifestação dos taxistas acontece simultaneamente com sindicatos de outros países, como Espanha, Inglaterra e França, que também fazem o mesmo tipo de protesto em seus países de origem. Um dos líderes do movimento, André Oliveira, disse que o aplicativo está sendo utilizado por pessoas sem licensa para conduzir táxis, mas que cobram um valor pela alegada carona, exercendo assim, uma atividade ilegal.

"Os táxis convencionais têm um cartão de identificação, selo de vistoria do órgão fiscalizador do município e placa vermelha com letras brancas. Esses carros têm placas cinzas, que são da categoria particular. É o carro de uma pessoa, de uma empresa, e param irregularmente na lateral de hotéis da cidade. Segundo informações, eles ganham propina para orientar os passageiros erradamente. Estamos fazendo uma campanha de conscientização da população e dos turistas [para alertar] que o táxi do Rio é amarelinho com uma faixa azul", explicou Oliveira, em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com Oliveira, é perigoso, principalmente para turistas estrangeiros que não conhecem o Rio de Janeiro, entrar em carros que não tenham autorização legal para funcionar como táxi. De acordo com a Associação de Assistência aos Motoristas de Táxi do Brasil, existem mais de 33 mil táxis e 50 mil motoristas licenciados no município do Rio.

Uber está causando dor de cabeça para taxistas (Foto: Divulgação). Uber está causando dor de cabeça para taxistas (Foto: Divulgação).

Europa teve violência

Em cidades europeias, os protestos foram mais exaltados. Em Madri, na Espanha, taxistas atacaram carros nas ruas contra os aplicativos. Em Londres, doze mil taxistas realizaram um bloqueio nas ruas ao redor da Trafalgar Square. Em Paris, os motoristas tornaram impossível o tráfego no centro da cidade esta manhã, segundo informou a Reuters.

A Uber Technologies, criadora do app Uber, disse que seu aplicativo respeita as regulamentações e que os protestos acontecem por causa do sucesso em conquistar clientes. A empresa foi criada há quatro anos e hoje está avaliada em US$ 18,2 bilhões. O Google é um dos investidores. [Via Reuters e Agência Brasil]