Brasil foi campeão na redução de emissões de carbono, diz relatório

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 06/06/2014 às 11:27

Em escala global, Brasil foi responsável por diminuir 1,5% só em 2013. (AFP). Em escala global, Brasil foi responsável por diminuir 1,5% só em 2013. (AFP).

Uma boa notícia para a luta a favor do meio-ambiente no Brasil. O País foi o campeão no mundo na redução das emissões de carbono. Segundo um artigo publicado na revista Science nesta semana, tivemos uma diminuição de 70% no desmatamento na Amazônia brasileira, o que evitou o envio de 3,2 bilhões de toneladas de dióxido carbono à atmosfera.

O impacto brasileiro na redução das agressões ao meio-ambiente é muito grande. Apenas em 2013, a diminuição total foi de 1,5% nas emissões globais. O tamanho da área que foi protegida na floresta amazônica é o equivalente a 14,3 milhões de campos de futebol.

"O Brasil é um dos favoritos para ganhar a Copa do Mundo, mas também é campeão do mundo na mitigação da mudança climática", segundo afirmou Daniel Nepstad, autor principal do estudo e diretor do Instituto de Inovação para a Terra, citado pela agência EFE.

A poda de florestas diminuiu de 19,5 mil quilômetros quadrados anuais até 2005 para 5.843 quilômetros quadrados em 2013, segundo o relatório. Isso pode ter iniciado uma série de impactos positivos, como menos sedimentação nos rios, conservação da biodiversidade e menos chuvas regionais.

Desmatamento caiu 70%. (Divulgação). Desmatamento caiu 70%. (Divulgação).

Avanços não estão assegurados

O estudo alerta que a boa notícia pode não perdurar. Segundo Nepstad, o aumento da demanda de soja e carnes fez com que agropecuaristas e agricultores iniciassem a poda de florestas maduras. O aumento já está em 28%, alertam os pesquisadores.

Segundo o relatório, a solução para o enfrentamento tem a ver com mais vontade política. "A combinação de audazes políticas públicas, a rejeição no mercado dos agricultores desmatadores, e o aumento das áreas protegidas da poda não impediu que crescesse a produção de soja e carne no país", diz o texto. Além disso, com a ação de grupos ambientalistas como o Greenpeace criou-se uma pressão pública que tornou constrangedor para as empresas ficarem ligadas ao desmatamento.

Desde 2008, o governo brasileiro colocou barreiras ao crédito de agricultores e criadores de gado que tivesse altas taxas de desmatamento. [Com Agência EFE e Science]