Gilberto Gil faz mobilização online pela aprovação integral do Marco Civil

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 11/03/2014 às 11:07

Foto: Reprodução/Internet. Foto: Reprodução/Internet.

O cantor Gilberto Gil criou uma petição online para pedir que o Marco Civil da Internet seja aprovado em sua totalidade. Ex-ministro da Cultura, Gil defende a liberdade da rede. A aprovação do Marco tranca a pauta de votações da Câmara dos Deputados desde o ano passado e pode ser votado nesta quarta (12).

LEIA MAIS

Marco Civil segue indefinido, apesar de esforços do Governo

Mudanças do Marco Civil da Internet atende interesses das teles

Empresas de tecnologia criticam a obrigação de instalar data centers no Brasil

Marco Civil pode ajudar Brasil no combate à espionagem

"Há muitos anos eu me encanto com o poder da internet e a criatividade que nela circula, mas agora estou muito preocupado que isso possa acabar", disse Gil. "Em menos de 48 horas, a Câmara dos Deputados vai votar um novo projeto de lei que poderá declarar o fim da liberdade na rede e diminuir nosso poder de escolha". O cantor defende a preservação do conceito de neutralidade da rede, um dos pontos mais polêmicos da pauta.

Os debates que levaram à construção do Marco Civil surgiram na época em que Gilberto Gil foi ministro da Cultura. Agora, longe da pasta, o cantor espera uma mobilização online contra o que chama de "lobby das empresas". "O poderoso lobby das empresas de telecomunicações está influenciando nossos políticos para que transformem a internet em uma espécie de TV a cabo, em que se poderia cobrar a mais para podermos assistir a vídeos, ouvir música ou acessar informações."

A neutralidade da rede defende que o usuário precisa ter acesso restrito a qualquer conteúdo independentemente do pacote que escolher. As empresas de telefonia e provedores são contra e afirmam que a lei interfere no plano de negócios das empresas.

Sem a neutralidade de rede, as empresas poderiam fazer algo parecido com as TVs por assinatura. Ou seja: dependendo do pacote escolhido, o usuário acessa esse ou aquele conteúdo. Operadoras já oferecem pacotes específicos para acesso em redes sociais, mas ainda não cobram por isso.

A votação no Avaaz criada por Gilberto Gil já está perto de receber 100 mil assinaturas.