Facebook completa 10 anos com lucro recorde e o desafio de se renovar

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 03/02/2014 às 15:42

Foto: Reprodução/kimberlymargot.blogspot.com Teria a rede social atingido uma velhice precoce? (Foto: Reprodução/kimberlymargot.blogspot.com)

O Facebook completa 10 anos nesta terça (4) com o desafio de enfrentar a forte concorrência em um mercado e até mesmo uma "velhice precoce". Mas sua maior dor de cabeça é conter a saída de usuários adolescentes e atrair gerações mais novas, que podem ter uma visão mais restritiva quanto à privacidade.

Quando nasceu em 2004, o Facebook se destacou por uma interface inovadora que tornava sedutor a exposição da vida pessoal e a interação de amigos em rede. Apesar de não ter sido a primeira rede social criada, o site, que nasceu como um projeto de universitários, alcançou destaque no mundo inteiro. No Brasil, conseguiu suplantar o Orkut, que inaugurou o conceito de redes sociais no País.

As razões do Facebook ter se tornado uma das maiores redes sociais do mundo, em detrimento de tantas outras parecidas que surgiram quase na mesma época, ainda é algo para se impressionar.

Na semana passada, o site anunciou um lucro líquido de US$ 523 milhões no último trimestre, o que fez as ações na Nasdaq, em Nova York, atingirem o valor recorde de US$ 62,03. O fundador Mark Zuckerberg, que completará 30 anos no mês que vem, tenta convencer o mercado com números, mas seu maior desafio é manter o interesse do consumidor comum. A rede também tem como fortuna os dados pessoais de mais de 1 bilhão de pessoas, que são vendidos para empresas para gerar publicidade direcionada.

Menos é mais

Nos últimos meses, pesquisas e análises mostram que parte dos internautas têm migrado para plataformas mais simples, como Twitter, Instagram ou mesmo comunicadores como Whatsapp. Uma pesquisa dos EUA mostrou que a rede perdeu três milhões de usuários entre 13 e 18 anos em três anos. Um dos principais motivos seriam a falta de transparência no uso de dados pessoais e o desejo de não ter a vida social tão exposta.

A chave para se manter no topo estariam em uma reformulação constante, o que é verificado pelas recentes mudanças anunciadas pela rede, como a pesquisa Open Graph. Outra saída é a expansão para a Ásia, continente que cresce em números de internautas, sobretudo no celular. Em 2014, a Índia se tornará o país com maior número de usuários do Facebook, com 152,4 milhões de indianos no site.

Expansão para o Oriente

O problema continua sendo a China, onde o Facebook é bloqueado desde 2009. A saída é apostar nos vizinhos asiáticos igualmente populosos, como a Indonésia, com 65 milhões de usuários.

Se o Facebook vai sobreviver a essa velhice precoce, só o tempo dirá, mas algo é certo: no contexto atual da tecnologia mundial, é cada vez mais difícil se manter no topo.