iPhone 5C muito caro não foi bem recebido pelo mercado. Ações da Apple caem

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 12/09/2013 às 15:46

Mercado não recebeu bem o novo iPhone (Divulgação) Mercado não recebeu bem o novo iPhone (Divulgação)

Os chineses ainda acham "caro demais" o novo iPhone apresentado na véspera pela Apple, mas os japoneses já fazem fila em Tóquio para comprar este novo objeto do desejo que três operadoras oferecem a preços muito competitivos. O aparelho, que ainda não tem data para chegar ao Brasil, não foi muito bem recebido pelo mercado. Desde o anúncio no último dia 10 as ações da Apple já caíram 5%.

O novo iPhone 5C, que vem nas cores azul, branca, rosa, amarela e verde, será comercializado nos Estados Unidos por US$ 99 (75 euros) na versão 16 megabytes com uma assinatura mais acessível do que o das versões anteriores. Mas na China, onde há smartphones vendidos a 75 euros e onde a Apple só controla 5% do mercado, o iPhone 5C custará 4.488 iuanes (550 euros ou cerca de R$ 1.700), apenas um pouco mais barato do que o iPhone 5. O iPhone top de linha, O 5S, está à venda a partir de 5.288 iuanes (650 euros). "Achava que a versão barata, o 5C, seria vendida a 1.000 ou 2.000 (iuanes)", lamentava um internauta na rede Weibo.

"É esta a versão supostamente mais barata? Realmente acham que somos imbecis", queixava-se outro. Acontece ainda que na China as operadoras não oferecem aos seus assinantes os descontos sobre os aparelhos no ato da compra. No Japão acontece o contrário: com frequência o cliente pode sair de uma loja com seu novo iPhone no bolso sem pagar um único iene, e o preço cobrado para pagar o aparelho é devolvido quase integralmente por meio de um desconto na mensalidade.

A maior operadora de serviços de telefonia móvel japonesa NTT Docomo oferecerá estes novos iPhones aos seus 62 milhões de assinantes. A NTT Docomo era até agora a única das três grandes operadoras japonesas a não propor esta popular gama de aparelhos. Essa "lacuna" teria feito a NTT Docomo perder 3,5 milhões de clientes, que forma então para as grandes concorrentes, a SoftBank e a KDDI.

Agora, a concorrência vai ser reforçada a favor dos clientes, que poderão obter assim preços mais atraentes. A distribuição do iPhone pela NTT Docomo também é uma boa notícia para a Apple, que perde terreno para a sul-coreana Samsung, cuja fatia no mercado mundial (mais de 30%) é o dobro da gigante americana.

Mas o fato de o iPhone se somar ao catálogo da NTT Docomo representa também um duro golpe para os fabricantes japoneses de smartphones, praticamente ausentes nos mercados internacionais - exceto a Sony -, e que inclusive sofrem no mercado nacional. Recentemente, a NEC anunciou que jogava a toalha e a Panasonic estaria a ponto de fazer o mesmo.

Essas empresas já tinham sido afetadas pela recente estratégia da NTT Docomo, chamada "Two top", que privilegia a venda de celulares Samsung e Sony. Esta tática de luta contra a força do iPhone não bastou e o produto estrela da Apple acabou impondo-se como uma necessidade.[Com AFP]

O novo iPhone 5S Foto: AFP. O novo iPhone 5S Foto: AFP.