Estação em Olinda inaugurada mês passado. Jaboatão também terá bicicletas (Foto: Guga Matos/JC Imagem)
O sistema de aluguel de bicicletas no Recife é uma das maiores mudanças na paisagem urbana da cidade nos últimos anos. O projeto iniciado pelo Porto Digital (o Porto Leve) em janeiro deste ano foi expandido para mais bairros e municípios da Região Metropolitana do Recife através da Secretaria das Cidades do Governo do Estado, no sistema conhecido como Bike PE. Foram 5.550 viagens nos último três meses e a meta é aumentar com a chegada de mais estações na Zona Sul, Zona Norte e Jaboatão dos Guararapes.
O governo promete mais 42 novas estações até setembro em Recife e Jaboatão. Áreas como a Avenida Boa Viagem e Espinheiro, com vias bastante movimentadas serão beneficiadas. Contando com as estações já inauguradas em Olinda serão 70 ao todo, com 700 bicicletas.
Em cinza no mapa: Espinheiro, Boa Viagem, Piedade e outros bairros receberão estações até setembro. (Reprodução)
Mas ainda há muito a melhorar
A maior queixa dos usuários sobre a utilização das bicicletas é referente ao uso do VEM, cartão de transporte metropolitana usado por estudantes e trabalhadores. No sistema do Bike PE, quem tem o cartão paga R$ 10 por ano para alugar as bikes. Duas semanas atrás a estação do 13 de Maio estava sem funcionar. Na sexta (2) retornamos ao local e o leitor ainda estava quebrado. Para desbloquear uma bike, apenas ligando para a central telefônica.
Por email, a secretaria das Cidades informou o seguinte: "A empresa não tem nenhum registro de falhas no uso do VEM, inclusive na estação Parque 13 de Maio. Uma equipe foi no local e tudo está funcionando normalmente". Outro problema é a falta de comunicação entre os dois sistemas, o Porto Leve, que atende os bairros de Santo Amaro e Recife Antigo e o Bike PE, do Governo estadual, presente em diversos bairros e também em Olinda. Os dois serviços são gerenciados pela empresa pernambucana Serttel, que cuida também de serviços parecidos em São Paulo e Rio de Janeiro.
Quem pega uma bicicleta no Bike PE pode deixar em uma estação do Porto Leve e vice-versa. Mas ainda não é possível usar o VEM. Mas isso deve mudar em breve. "A SECID aguarda a instalação do leitor do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) nas estações do Porto Leve. A previsão da é concluir esse processo até o final de Agosto", disse a secretaria.
Aumentou o número de viagens no Grande Recife: mais de 5 mil nos últimos três meses (Foto: Fábio Jardelino/NE10)
Ampliação
Até setembro, o Grande Recife deve ter 70 estações em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, em um total de 700 bicicletas. Os bairros atendidos serão Boa Viagem, Cordeiro, Zumbi, Engenho do Meio, Iputinga, Espinheiro, Graças, Prado, Madalena, Torre, Beira Rio e Piedade.
Jão estão em funcionamento as seguintes estações:
RECIFE
Estação 13 de maio
Estação Direito
Estação Maciel Pinheiro
Estação Cine São Luiz
Estação Praça da República
Estação Praça do Diário
Estação Rua Nova
Estação Forte das Cinco Pontas
Estação Mercado São José
Estação Casa da Cultura
Estação Boa Vista
Estação Hospital de Olhos
Estação Miguel Cervantes
Estação Chora Menino
Estação Soledade
Estação Católica
Estação Osvaldo Cruz
Estação Entroncamento
OLINDA
Estação Mercado Eufrásio Barbosa
Estação Praça do Carmo (ao lado dos correios)
Estação Praça 12 de maio (em frente à sorveteria Bacana)
Estação Alberto Lundgren (orla)
Estação Eduardo Morais (orla)
Como funciona
Antes de usar a bicicleta, é preciso fazer um cadastro pela internet. Cada aluguel dura 30 minutos de segunda a sábado. Aos domingos, o período é de 1 hora. É possível utilizar quantas vezes quiser por dia, respeitando o intervalo de 15 minutos entre uma viagem e outra. Para seguir sem essa pausa, é cobrado um valor de R$ 5 a cada 30 minutos.
O Porto Leve, do Porto Digital, segue o mesmo esquema, mas o cadastro é feito pelo site portoleve.org.
Mudança de comportamento
Durante a Campus Party, o consultor do Porto Digital, Claudio Marinho afirmou que as bicicletas estão provocando uma revolução no comportamento do recifense e no modo como ele lida com a própria cidade. “As bicicletas estão promovendo uma reapropriação da cidade pelas pessoas. Com velocidade reduzida e uma maior exposição passamos a refletir mais, a pensar mais, a olhar a cidade. Isso já está gerando uma mudança, com as pessoas descobrindo mais o seu próprio bairro, incentivando os pequenos comércios e ocupando mais os espaços públicos".