Negócios sociais aparecem como tendência no setor de inovação

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 20/07/2013 às 18:18

Danone instalou fábricas para produzir iogurte para crianças em Bangladesh: capitalismo com propósito (Divulgação) Danone instalou fábricas para produzir iogurte para crianças em Bangladesh: capitalismo com propósito (Divulgação)

Os negócios sociais se mostram como uma das maiores tendências no mercado de inovação atual. Uma mesa na Campus Party Recife na tarde desse sábado abordou como o assunto está sendo desenvolvido entre as empresas brasileiras. A primeira mudança no setor foi a mudança de pensamento, mais colaborativo e consciente.

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"Não somos máquinas de fazer dinheiro. O dinheiro não rege todos os aspectos de nossa vida", disse Rogério Oliveira, cofundador do fundo de investimento, incubadora e consultoria Yunus Negócios Sociais. Segundo ele os negócios sociais possuem muitas características de muitas empresas de tecnologias tradicionais, como salário compatíveis com o mercado (ou até maior) e preocupação com gestão eficiente e produção de lucro. A grande diferença é que desta vez todo o lucro gerado não retorna para os investidores ou sócio, mas fica na própria empresa.

"O dinheiro será gerado para continuar o trabalho e seguir criando oportunidades no segmento que a empresa trabalhar", explicou. "Esses negócios sociais precisam trabalhar com um modelo de negócios que traga felicidade para um grupo de pessoas com pouca oportunidades, mas ao mesmo tempo tenha sustentabilidade".

Palestra na Campus Party Recife deu um panorama do setor de negócios digitais no Brasil (Foto: Paulo Floro/NE10) Palestra na Campus Party Recife deu um panorama do setor de negócios digitais no Brasil (Foto: Paulo Floro/NE10)

Ele citou como exemplo a Danone, que realizou um projeto que tirou milhares de crianças da desnutrição em Bangladesh. Através de uma joint venture com a Grameen, a empresa instalou mini-fábricas no país africano para fazer um iogurte modificado com vitaminas e nutrientes que permitiu a sobrevivências das crianças. Para o professor da FGV, Edgard Barki os negócios sociais não são um modismo, mas o início de um processo de mudança de mentalidade entre empreendedores e grandes empresas.

"Nos EUA já se ouve falar do capitalismo consciente, ou seja com um propósito além de gerar riqueza. Só aumentar a renda nao significa que você será mais feliz", explicou .