Airbnb, serviço de hospedagem colaborativa, é proibido em Nova York

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 22/05/2013 às 13:10
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Uma das startups mais inovadoras dos últimos anos, o Airbnb sofreu um grande baque nesta semana. Agora, quem alugar um apartamento através do site no estado de Nova York poderá levar uma multa de quase 5 mil reais.

O Airbnb é um site onde as pessoas compartilham quartos (ou a casa toda!) para receber viajantes. O proprietário precisa oferecer um leito e café da manhã, ficando ao critério de cada um outros benefícios como ar-condicionado, internet wifi, permissão para fumar, levar animais domésticos, andar nu... a lista é imensa. O dono do lugar pode cobrar um valor "justo" e repassa uma parte para o site.

O site foi um sucesso em todo mundo, o que chamou a atenção de investidores para o Airbnb. Para o viajante, a hospedagem tem um custo-benefício menor que hotéis e albergues e ainda tem como outra vantagem o fato do turista viver a experiência de um habitante local. A proposta do Airbnb faz parte de um movimento de jovens que apostam no compartilhamento das coisas e curtem uma viagem mais inusitada, sem luxo, mas confortável. Muitos chamam isso de "couchsurfing". No entanto, muitos veem na ideia uma ameaça à rede hoteleira.

airbnbNYC

O caso NY

A proibição em Nova York não foi ao Airbnb em particular, mas sim a todas as pessoas que alugam sua propriedade por menos de 29 dias. Um juiz alegou que existe uma lei no estado que proíbe pessoas de criarem um "hotel ilegal".

A multa só acontece caso alguém seja denunciado. Em fóruns online, usuários do Airbnb afirmaram que sabiam da lei quando se hospedaram através do site em NY, e muitos já tomavam todas as precauções. O assunto chegou à mídia depois que um anfitrião chamado Nigel Warren recebeu uma multa por receber um hóspede russo em seu apartamento.

A proibição é um perigo para iniciativas criativas como o Airbnb, pois pode incentivar lobbies de grandes redes de hotéis ao redor do mundo. Em Amsterdã, na Holanda, o governo da cidade disse que é preciso de uma "permissão oficial" para alugar quartos e apartamentos.

Há também dano ao direito de propriedade, afinal, cada um faz o que quiser dentro de sua residência desde que não cometa crimes. E receber alguém em casa (mesmo que se receba por isso) não é algo exatamente novo. "O dinheiro não vai para uma cadeia hoteleira multinacional, como acontece se você se hospeda no Hilton. Ficamos com 10%, e os outros 90% ficam com o anfitrião, que decide o que fazer com ele", disse o CEO da empresa Brian Chesky, em entrevista à Folha ano passado.

E no Brasil?

A rede ainda não é tão conhecida no Brasil como é em outros países. A cidade que mais possui lugares para locação é Rio de Janeiro, seguido por São Paulo. Recife também vem crescendo, com quartos e apartamentos inteiros em bairros como Boa Viagem, Espinheiro e Boa Vista. Depois de solicitar a reserva, o proprietário precisa aceitar o hóspede. Ao ir embora, o visitante posta uma avaliação da estada, o que alimenta a confiabilidade do serviço.

O Airbnb tem um serviço 24h de suporte para ajudar os visitantes e facilitar a interação hóspede-anfitrião. No ano passado, o site abriu um escritório em São Paulo para impulsionar os aluguéis na América Latina. Há ainda o interesse nos eventos que o Brasil irá receber como a Copa do Mundo e Olimpíadas. Hoje ao todo a rede de hospedagem colaborativa possui cerca de 100 mil imóveis em 19 mil cidades e 192 países.