Mozilla completa 15 anos e quer ser alternativa ao Android e iOS

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 02/04/2013 às 16:37
15years-graphic FOTO:

mozilla

A Mozilla completou 15 anos de existência no último dia 31 de março. Criadora do navegador Firefox, a instituição sem fins lucrativos iniciou uma campanha nacional de divulgação, onde assume um papel de "abertura" e "promoção de uma web melhor". De fato, o browser tornou-se conhecido por sua segurança e sua transparência com os usuários, mas vem perdendo terreno na concorrência com o Chrome, do Google, e mesmo com o novo Internet Explorer, da Microsoft. Mas, seu foco agora é outro: quer ser uma alternativa nos aparelhos móveis ao Android e iOS.

Para comemorar os 15 anos, a Mozilla lançou novos aprimoramentos para o Firefox. Agora, os usuários podem realizar ações de maneira privativa em novas janelas sem precisar fechar e interromper o que está fazendo. Fazer compras online ou checar emails também ficou mais fácil. O sistema de downloads está mais ágil na localização de arquivos e ficou mais customizável. O Firefox para Android também tem novidades, como a a customização de favoritos e navegação privativa.

"Em nossa primeira fase, a Mozilla trouxe escolha, competição e capacitação para a Web no ambiente de trabalho. Fizemos isso possibilitando uma melhor experiência para centenas de milhões de pessoas com o Firefox", disse por email Mitchell Baker, presidente da Fundação Mozilla. "Ao mesmo tempo, nós usamos o Firefox para conduzir a abertura e a oportunidade em todo o ecossistema da Web: padrões abertos, o processo de desenvolvimento aberto para o Firefox e a capacidade de participação na criação do Firefox para as pessoas em todos os lugares”, explicou.

15years-graphic

História

A Mozilla nasceu no dia 31 de março de 1998 quando um grupo de funcionários da Netscape Corporation decidiu criar um código-fonte que pudesse ser acessador por qualquer um. Neste momento da história, a Netscape era uma das maiores companhias da era pre-Google e a ideia de ofecer as bases de um software de forma gratuita era um pensamento inovador. O nome faz referência a um navegador jurássico, o Mosaic e a palavra "killer" (matador).

Quando a AOL comprou a Netscape, o projeto Mozilla foi encerrado. Com isso, seus desenvolvedores decidiram fundar uma instituição sem fins lucrativos e criaram o Firefox. Além do navegador, a fundação ainda fez sucesso com o Thunderbird, cliente de email gratuito que bateu de frente com o Outlook, da Microsoft. Na época do surgimento do Firefox, praticamente todos os usuários de internet usavam o IE (nove entre dez internautas).

mozilla-developer-preview-firefox-os-smartphones-640x353

Os primeiros dispositivos com Firefox OS (Divulgação)

Em fevereiro deste ano, o Firefox já tem uma grande parcela do mercado, mas sofre uma concorrência cada vez mais acirrada com o Chrome, do Google. O Internet Explorer segue na dianteira, mas perdeu prestígio. A consultoria NetApplications afirma que o IE tem 55,82% do número de usuários, com 20,12% para o Firefox. Já segundo o StatCounter, o líder é o Chrome (37,1%), seguido do IE (29,8%).

Usuários do Firefox contam com uma plataforma mais customizável, mas demorou a se adaptar às inovações trazidas pelas redes sociais. No design, o navegador também é reticente com mudanças, tendo a mesma "cara" há anos.

SPAIN-TELECOM-MOBILE-WORLD-CONGRESS

Mozilla quer ser alternativa realmente "aberta" no campo da mobilidade (Foto: AFP)

Terceira via

Atualmente, a Fundação Mozilla está focada em se mostrar como uma alternativa ao Google e à Apple, nos dispositivos móveis. A instituição quer mostrar que tem o único código aberto e luta para ganhar espaço no mercado dominado por Android e iOs. Por isso, fechou parcerias com fabricantes para colocar seu sistema operacional em smartphones de baixo custo. Sony, ZTE, LG e Huawei foram as primeiras marcas interessadas.

A novidade atinge de forma direta o Google, que domina o mercado de smartphones baratos com seu sistema operacional Android. A diferença é que o Android tem código aberto para fabricantes e desenvolvedores, mas seu desenvolvimento não tem interferências externas. Já o Mozilla trabalha com voluntários para melhorar seu código, através de fóruns de discussão. Isto, dizem seus entusiastas, torna a plataforma mais segura e "realmente aberta".

firefox

Anúncio do sistema da Mozilla (Foto: AFP)