Estácio substitui papel por tablet e apresenta sistema digital de ensino

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 04/10/2012 às 20:25
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Grupo espera entregar aparelhos a todos os alunos da rede em até dois anos

RIO DE JANEIRO - Cada vez mais popular no Brasil, os tablets agora ganham uma importância ainda maior na educação. A Estácio realizou um evento no Rio de Janeiro para apresentar seu sistema informatizado de educação, que inclui a distribuição desses dispositivos aos alunos como substituição ao material didático de papel. A iniciativa abrange todas as cidades em que a empresa atua, incluindo o campus do Recife.

Chamado de Didátic@, o sistema permite que professores e alunos participem de uma rede social interna, troquem informações e compartilhem anotações. Tudo centralizado no tablet, a Estácio ainda permite o acesso de conteúdos usados pelos professores, como fascículos e textos, além de uma biblioteca virtual. O projeto teve início em agosto do ano passado com 5 mil aparelhos e foi ampliado este ano para 20 mil. "Nossa ideia é chegar a 100% dos alunos em dois anos, o que significa quase 300 mil alunos", disse ao NE10, o gerente de marketing da instituição, Pedro Graça.

A reitora da Estácio, Paula Calef: sistema único para toda a rede (Foto: Ana Cola/Divulgação)

O tablet usado inicialmente era da Semp Toshiba, que tinha Android 2.2, mas foi trocado este ano para o novop Ypy, da Positivo, com sistema operacional Android 4.0. O aparelho é entregue em comodato a partir do segundo período de alguns cursos, como direito, engenharias e gastronomia. "Nossa ideia é tornar o processo educativo mais participativo, onde o aluno não recebe tudo de forma passiva", disse Graça. "Neste primeiro momento apenas alunos do currículo novo, iniciado em 2008, recebem o tablet, mas estamos ampliando". Foram investidos R$ 21 milhões, em compra de maquinário e desenvolvimento de software.

Com 70 unidades espalhadas por 20 Estados, a Estácio se auto-intitula a primeira universidade nacional do País. "Com esse sistema online, conseguimos criar um colegiado de cursos que abrange diversas regiões, discutindo temáticas e métodos de ensino", disse a reitora Paula Calef, durante palestra. "O futuro da educação vai aliar qualidade e conveniência". O evento aconteceu em um cinema da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com apresentação de telas do sistema Didátic@. Segundo Pedro Graça, ano que vem, a Estácio vai permitir que todos os alunos acessem esse servidor por um computador ou outro tablet que não o fornecido pela instituição.

O presidente do grupo Rogério Melzi, durante evento no Rio de Janeiro (Foto: Ana Cola/Divulgação)

Recife lotado

Fundada pelo mesmo grupo, as Faculdades Integradas do Recife (FIR), hoje Estácio-FIR, é uma das praças que mais crescem, com um volume de alunos que já lota o atual campus localizado na Madalena. "Já estamos buscando um outro local para expandir, pois nossas instalações atuais já não suportam a demanda de alunos. Temos também intenção de iniciar atividades em outras cidades de Pernambuco", disse ao NE10, o presidente da Estácio, Rogério Melzi.

"Passamos um período conturbado em que tínhamos uma baixa credibilidade junto ao público. Lutamos muito para conseguir respeito junto ao MEC e a sociedade. Já fomos até motivo de piada", contou. "Conseguimos reverter isso investindo em inovação, e a partir de 2008, implementamos um currículo nacional".

* Viajou a convite da organização do evento