Debate destaca importância da Economia Criativa em Pernambuco

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 29/07/2012 às 12:20
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Foto: Pedro Gomes/NE10

Por Pedro Gomes

É certo que a cultura define a identidade de um lugar. Ela é, antes de tudo, instrumento de poder e afirmação de um povo na historiografia da humanidade. No final deste sábado (28), terceiro dia do Campus Party Recife, o tema a ser discutido, no palco principal do evento, foi "Empreendedorismo e Economia Criativa: tendências, desafios e oportunidades". Representantes das esferas federal, estadual e municipal do país discutiram a transformação dos diversos segmentos criativos - patrimônio, expressões culturais e artes em geral - em bens culturais, a fim de que eles se resultem em reais transformações na sociedade, gerando emprego e renda.

Foi consenso entre os palestrantes que é na cultura onde está a tradição e força da economia do estado de Pernambuco. Por isso, o governo estadual tem apresentado perspectivas positivas no interior, mais precisamente em cidades como Caruaru, Serra Talhada e Petrolina, onde design de moda, tradição oral e negócios agroeconômicos, respectivamente, têm trazido desenvolvimento à população.

No Recife, o Porto Digital é a bola da vez nesse sentido. A relação entre Economia Criativa e TIC é um dos novos pilares dele. No último mês de junho, por exemplo, o APL (arranjo produtivo local) lançou o edital para sua incubadora, que promoverá ideias nesses temas - a PORTOMÍDIA. Serão selecionados nove empreendimentos inovadores nas áreas de design, jogos digitais, multimídia, cine-vídeo-animação, música e fotografia que façam uso intensivo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e do Design, que passarão, inicialmente, por uma fase de pré-incubação, com duração de seis meses. Segundo o secretário de ciência e tecnologia do estado de Pernambuco Marcelino Granja, o Porto digital tem gerado faturamento na casa de um bilhão de reais por ano. Isso se deve, em grande parte, aos incentivos fiscais proporcionados por lei estadual.

"Somente no ano passado, elas deixaram de repassar para o estado cerca de 30 milhões de reais. Coincidência ou não, esse foi o valor investido na recuperação da arquitetura de vários edifícios no bairro do Recife Antigo. É um dinheiro que não entra nos cofres do governo, mas que traz grande contribuição para o desenvolvimento da cidade", afirma. Atualmente, estão empregadas no Porto Digital 6.700 pessoas. A expectativa é de que em 2020, mais de 20.000 individuas estejam trabalhando em tecnologia no Recife, utilizando nossa cultura como matéria-prima de produtos tecnológicos.