Foto: Jéfte Amorim/NE10
Narrativas e estética do folclore nordestino são novas apostas no mercado dos games. A partir do case de sucesso Xilo (www.xilogame.com), protagonizado pelo cangaceiro Biliu, o idealizador do jogo, Rodrigo Motta, defende a criação de games com alma regional e foco nas questões globais. Para ele, que é mestre em Design de Artefatos Digitais pela Universidade Federal de Pernambuco e liderou a palestra Regionalismo nos Games, no Palco Stadium da Campus Party, "quanto mais regional, mais global".
Acostumado à presença de elfos, fadas e dragões nos jogos, Rodrigo Motta decidiu empreender a partir do olhar local. Hoje à frente da Kaipora Digital, o coordenador do curso de Jogos Digitais da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (FACISA) revela que Xilo, elaborado dentro de uma parceria cientifica entre a UFPE e a FACISA, foi o grande pontapé inicial. Todo desenhado em 2D, o jogo que conta a saga de um nordestino cercado de personagens do folclore brasileiro venceu o SBGames 2011 na categoria voto popular.
"O Brasil tem muitas histórias não contadas, e ainda menos contadas de um jeito brasileiro", afirmou durante a palestra. Segundo ele, desenvolver jogos com narrativas e estética locais, priorizando a jogabilidade, é um caminho importante para popularizar produtos digitais regionais. Incomodado com a repetição presente nesse tipo de produção, ele insiste que é preciso inovar, "pensando em como desenvolver jogos com um estilo brasileiro".
Além de Xilo, que está em versão beta, o designer Rodrigo Motta ainda apresentou aos compuseiros uma novidade que pretende alcançar os consoles: "Zé do Caixão - A cidade Vermelha". O game, pensado em 3D, tem similaridades com o Resident Evil e tem narrativa baseada no clássico do cinema trash brasileiro. Apesar de estar em fase inicial, o projeto já empolgou a platéia, que vibrou ao ouvir de Rodrigo Motta, "a gente quer fazer, com pouca grana, um jogo como seria feito por uma grande produtora".
