Maior desafio é encontrar trabalhadores, diz fundador do Peixe Urbano

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 19/08/2011 às 20:09
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Perfil: Alex Tabor acredita que concorrentes não são o principal problema (Foto: Paulo Floro/NE10)

Com tantos sites de compras coletivas que não param de aparecer, o Peixe Urbano poderia ter essa concorrência cada vez mais crescente como seu principal desafio, mas é a dificuldade de encontrar pessoal especializado o que preocupa os sócios-fundadores da empresa. "O mais difícil é achar bons profissionais", disse o cofundador Alex Tabor em entrevista ao MundoBit após sua palestra na Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco. A necessidade de pessoal para expandir é tão grande que a companhia está fazendo um tour por diversas cidades brasileiras em busca de pessoas.

A chegada no Recife, segundo Tabor, se deu por causa da relevância que a cidade já possui entre empresários do Sudeste. "Sempre soubemos que aqui era uma referência, por isso decidimos vir logo. Aqui tem algo muito interessante, pois a academia forma bons profissionais e eles acabam produzindo para o mercado local, e isso é muito interessante pra gente", disse. Na palestra, o empresário vendeu a empresa como um dos melhores lugares para se trabalhar no mercado de tecnologia local e a aproximou de empresas jovens formada por executivos também jovens, mas que têm um comportamento agressivo no mercado.

Com 12 milhões de usuários, o Peixe Urbano é o maior site de compras coletivas do Brasil. E também o primeiro. Ainda que não tenha inovado nesse segmento, pois copiou experiências semelhantes na Europa e EUA, o site conseguiu enxergar uma oportunidade por aqui. Encontrou no Brasil um mercado carente de ofertas e ávidos por compras online. O resultado foi um crescimento rápido em pouco mais de um ano. A projeção do faturamento para este ano é de R$ 1 bilhão.

Em relação aos concorrentes, Tabor fez uma previsão que combina com o tom agressivo no mercado de compras online. "A grande maioria vai morrer. Com um cenário mais maduro, trabalharemos em escalas maiores, o que vai dificultar a concorrência nesse mercado". Focado na expansão, o Peixe Urbano espera melhorar a fidelização de seus usuários e também o desenvolvimento de novos produtos. "Muita gente compra sem conhecer, pois esse é nossa proposta, que as pessoas conheçam mais de sua cidade. Queremos melhorar isso".

A gerente regional da empresa, Tatiana Freire disse que Recife é o maior mercado do Nordeste e uma das que teve o melhor crescimento desde o nascimento do PU. "Nossa intenção é fechar com as melhores casas do ramo, mas também temos que levar em conta a localização e a infra-estrutura do lugar". Ela disse que checa os restaurantes, clínicas de estética e outros serviços que costumam aparecer entre as ofertas. Verifica número de mesas, demanda suportada e preço. "Não adianta chamar o usuário para um parceiro que fica num lugar distante e com poucos lugares", disse.

O Peixe Urbano está hoje em 65 cidades, mas a ideia é chegar a todo o Brasil.

VISITA AO PORTO - Alex Tabor disse que além da palestra da UFPE também irá visitar o Porto do Recife. Ele tem encontro marcado no C.E.S.A.R., além de outras empresas embarcadas instaladas no Recife Antigo. Mas não quis adiantar nenhum negócio. "Temos muitos bons profissionais, sobretudo aqui com uma interação forte entre mercado e academia, mas faltam oportunidades". Nascido em Connecticut (EUA), o jovem de 31 anos retornou ao Brasil em 2003 depois de viver aqui seu primeiro ano de vida. "Minha mãe me levou sem eu saber falar nada". Trabalhou como arquiteto de software no Vale do Silício e aos 13 anos lançou a primeira comunidade gráfica online da Índia, a BBS.

Para sua empresa, Tabor acredita que a diversidade é um dos fatores mais importantes. Entre os seus 700 colaboradores, tem pessoal da Colômbia, Argentina, EUA, e diversos outros países. "Costumamos começar a conversa numa língua e terminar no inglês", diz. Entre as vagas abertas estão especialistas em segurança, administrador de banco de dados, gerentes de produto, designers, programadores, especialistas de testes e analistas de infra-estrutura. Entre os benefícios oferecidos estão itens caros a novas empresas de tecnologia: biscoitos, sucos e refrigerantes 24h por dia, possibilidade de ir trabalhar de bermuda e chinelo e pizza ao final do dia.