Com queda de 2,4% em abril, indústria volta a ficar abaixo do patamar anterior à pandemia em Pernambuco

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José Matheus Santos

Publicado em 10/06/2021 às 16:28
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A produção da indústria em Pernambuco recuou pelo terceiro mês seguido e registrou queda de 2,4% no mês de abril, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada nesta quarta-feira (9) pelo IBGE. É o quinto pior resultado entre as 15 localidades pesquisadas.

Pernambuco também teve retração mais intensa do que a média nacional (-1,3%). Na Região Nordeste, no entanto, a queda foi ainda maior, de 7,8%, puxada pelo mau desempenho da Bahia, cuja retração foi de 12,4%.

Com mais esse declínio, Pernambuco volta a ficar abaixo do patamar pré-pandemia para o setor, o que não ocorria desde junho de 2020. A queda foi de dois pontos percentuais em comparação a fevereiro do ano passado, último mês sem nenhuma restrição econômica. No Brasil, apenas cinco locais superaram os números de antes da pandemia: Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e São Paulo.


Na comparação entre abril de 2021 e o mesmo mês do ano passado, quando as medidas de distanciamento social por conta da pandemia passaram a ficar mais rígidas, Pernambuco foi uma das 12 localidades pesquisadas pelo IBGE com resultado positivo, tendo alta de 31,4%, pouco abaixo da média brasileira, de 34,7%.


No período, Amazonas (132,8%) e Ceará (90,2%) tiveram os maiores avanços. Paraná (55,1%), Rio Grande do Sul (53,8%), Santa Catarina (50,5%) e São Paulo (45,5%) também registraram taxas acima da média brasileira, de 34,7%, enquanto Minas Gerais (32,5%), Espírito Santo (26,1%), Região Nordeste (20,2%), Rio de Janeiro (10,3%) e Pará (6,0%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em abril de 2021. Por outro lado, Bahia (-10,0%) e Goiás (-8,7%) apontaram os recuos mais intensos em abril de 2021. Mato Grosso, com queda de 2,0%, também mostrou taxa negativa.


No acumulado do ano de 2021 (janeiro-abril), frente a igual período do ano anterior, a expansão verificada na produção nacional alcançou dez dos 15 locais pesquisados, incluindo Pernambuco, cujo avanço foi de 9,4%. Mais uma vez, o desempenho pernambucano ficou ligeiramente abaixo da média nacional (10,5%). Santa Catarina (24,4%), Rio Grande do Sul (20,5%), Paraná (18,1%), Ceará (17,7%), Amazonas (17,2%), São Paulo (16,4%) e Minas Gerais (14,4%) também registraram taxas positivas mais acentuadas do que o Brasil como um todo, enquanto Pará (3,8%) e Espírito Santo (1,7%) completaram o conjunto de locais com avanço na produção no índice acumulado no ano.


A Bahia (-16,3%) apontou o recuo mais intenso no índice acumulado do ano. Goiás (-6,4%), Mato Grosso (-6,3%), Região Nordeste (-1,4%) e Rio de Janeiro (-1,3%) também mostraram taxas negativas no indicador acumulado do período janeiro-abril de 2021.


Já no acumulado dos últimos 12 meses, Pernambuco teve a maior taxa do país, de 7,4%, seguido por mais sete estados: Santa Catarina (6,6%), Rio Grande do Sul (4,7%), Paraná (4,7%), Minas Gerais (4,6%), Amazonas (4,4%), Ceará (3%) e São Paulo (1,8%). No Brasil, o aumento na produção industrial foi de 1,1%. As maiores quedas ficaram por conta do Mato Grosso (-5,9%), do Espírito Santo (-9,2%) e da Bahia (-9,8%).


Em Pernambuco, Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, tem desempenho fora da curva


Em abril de 2021, apenas uma das 12 seções e atividades industriais cobertas pela pesquisa do IBGE no estado teve queda na comparação com o mesmo período do ano passado: a Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal (-8,6%).


A Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, teve aumento de 11.126.971,1%; o índice chegou a esses números excepcionais porque a produção desses componentes parou em abril de 2020, o que afetou a base de comparação para o setor. Outras atividades que tiveram índices positivos de destaque foram a Fabricação de produtos têxteis (150,2%), a Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (116,2%) e a fabricação de bebidas (89,8%).


No acumulado de janeiro a abril de 2021, frente ao mesmo período do ano anterior, a Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, também tomou a dianteira, com alta de 56,9%. Em segundo lugar, está a Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (36,6%) e da Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (25,1%). Já a Fabricação de produtos alimentícios caiu 4,6% no período.


No acumulado dos últimos 12 meses, a maior alta foi registrada na Metalurgia (16,8%), seguida pela Fabricação de bebidas (14,1%) e pela Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (13,5%). O único segmento que apresentou queda foi o de Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-20,4%).

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