Coronavírus deixa grávidas em apuros

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Publicado em 26/04/2021 às 19:59
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Por Terezinha Nunes, em artigo enviado ao blog

Cinco anos depois de terem sido aconselhadas a adiar a gravidez por conta do Zika Virus que provocou a microcefalia em mais de 3 mil recém-nascidos no Brasil, sendo cerca de 500 deles pernambucanos, as mulheres brasileiras em idade fértil foram aconselhadas na semana passada a adiar novamente o sonho da maternidade.

O alerta partiu do médico Raphael Parente, secretário de atenção primária à saúde do Ministério da Saúde, sob alegação de que mais que dobrou o número de mulheres grávidas e puérperas (que acabaram de ter filhos) que faleceram nos primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado vítimas do coronavirus.

Durante todo o ano de 2020, segundo o Ministério da Saude, 7.045 grávidas e puérperas tiveram Covid e 548 faleceram. De janeiro a meados de abril deste ano– pouco mais de 3 meses - 3.434 tiveram a doença e 432 faleceram. Em relação à população em geral as mortes pelo coronavirus tiveram este ano um aumento de 61% enquanto em relação às gravidas o aumento foi de 145%.

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos já havia alertado que as grávidas e puérperas correm risco de desenvolver as formas graves da Covid19 três vezes superior ao de mulheres da mesma idade que não estão grávidas.

Diante desse quadro a situação das grávidas acendeu o alerta dessas próprias mulheres e de suas famílias uma vez que necessitam ter mais cuidados que a população em geral e, pela própria gravidez, precisam sair de casa para fazer exames e acompanhamento pré-natal sem considerar que, no caso das puérperas muitas pegam a doença nos próprios hospitais ou Upas onde são atendidas´.

O problema se agudiza com o relato cada vez maior do drama dessas mulheres que chegam, muitas vezes, a ser entubadas e não resistem, deixando órfãos recém-nascidos. Isso quando não morrem, além da mãe, o filho ou filhos como aconteceu aqui em Pernambuco na semana passada. A mãe veio a óbito e, logo em seguida, os filhos gêmeos prematuros tiveram o mesmo destino.

Infectologistas como o Dr Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunização estão defendendo a agilização da vacinação das gestantes alegando que, no caso do coronavirus, elas fazem parte do grupo de alto risco.

O problema é que até agora, não só no Brasil mas em todo mundo, os testes com as vacinas em grávidas não estão concluídos e nenhum Governo está disposto a autorizar um procedimento quando a própria Ciência não o fez. A Pfizer, que trabalha com vírus vivo, e a Moderna divulgaram este final de semana um estudo preliminar com grávidas informando que não houve problemas para elas nem o fetos, porém, não deram o estudo por concluído.

Para Dr Kfouri as vacinas que trabalham com o vírus inativado, como é o caso da Coronavac, oferecem menos risco para as grávidas e dá um exemplo: “já se aplica por aqui muitas outras vacinas, aliás quase todas, com vírus inativados e não se tem notícia de problemas para as mulheres grávidas”.

Enquanto não se chega a uma conclusão, no entanto, as próprias mulheres já estão evitando engravidar. Em oito capitais brasileiras do início do ano até agora a taxa de mortalidade foi superior à de natalidade, o que é inusitado. Mas ansiedade das que já estão grávidas só faz aumentar. Um verdadeiro pesadelo para quem tem recebido cada vez mais notícias de mulheres que não resistiram ao vírus e morreram antes ou depois do parto.









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