Lula bate recorde de interações nas redes sociais, mas Bolsonaro lidera em seguidores

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jamildo

Publicado em 08/04/2021 às 13:00
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O efeito espelho

Por Manoel Fernnades, diretor da BITES, em informe ao blog

Na eleição de 2018, Jair Bolsonaro, então candidato do PSL à presidência da República, se beneficiou do antipetismo que irrigou as redes sociais e que ainda continua forte em parcelas da opinião pública digital. Ainda é alto o estoque de ressentimento contra o PT.

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Na disputa pelo Palácio do Planalto, sempre que o PT, inicialmente com a potencial candidatura de Lula e depois com a confirmação de Fernando Haddad, demonstrava alguma possibilidade de ganhar, Bolsonaro ampliava a sua base de seguidores nos seus perfis oficiais no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube. Na mesma proporção, havia um aumento do engajamento em seus posts

Hoje, 30 dias após o ministro Edson Fachin anular as condenações de Lula na Lava Jato e do STF reconhecer a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo, o fenômeno espelho beneficia Lula.

Desde o anúncio de Fachin, Lula conquistou 739 mil novos seguidores nos seus perfis oficiais no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube e por dia, ele adicionou 24.549 aliados digitais contra a média anterior (01 de janeiro de 2019 a 7 de março deste ano) de 5.131.

O ex-minstro Ciro Gomes, por exemplo, registrou 2.570 seguidores a cada 24 horas no mesmo intervalo. O governador João Doria ganhou 1.987 e o ex-ministro Sergio Moro ficou com 306 por dia.

Esse movimento de Lula também impactou a média de interações por post do petista (curtidas, compartilhamentos, comentários e retuítes).

Nos últimos 30 dias, ele tem o triplo (45.108) em relação ao período de janeiro de 2019 até 07 de março deste ano: 15.452. O salto foi de 191%. Lula chegou nesta quinta-feira com 8,3 milhões de seguidores nas redes sociais.

Esse contingente é cinco vezes menor do que o ecossistema de Bolsonaro, hoje com 40 milhões de seguidores em seus perfis oficiais. Desde a decisão de Fachin, a média de interações por post nas redes do presidente caiu 14%. Saiu de 119.477 de janeiro de 2019 até 07 de março para os atuais 102.302.

Mesmo com a entrada de Lula no jogo e apesar da sua queda nas interações, Bolsonaro ainda mantém a sua capacidade de utilizar a rede de amigos dos seus aliados para amplificar as mensagens publicadas nos últimos 30 dias. O presidente não perdeu seguidores desde o anúncio de Fachin. Ele ganhou 280 mil aliados digitais no período.

Dentro desse contexto, nomes fora da polarização, como o governador João Doria e o ex-ministro Sergio Moro, têm dificuldade de chamar atenção da opinião pública digital. Nos últimos 30 dias, Ciro ganhou 77.104 seguidores, Doria aumentou a sua base em 59.632 seguidores, mesmo com a sua exposição diária no combate ao Coronavírus, e Moro conquistou 9.208 nas redes socais.

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