Quem diria que depois de uma eleição tão polarizada no Recife, em 2020, o PT e o PSB voltariam a se aproximar? Com possíveis reflexos para o cenário nacional?
Pois bem.
Os dois partidos estão se reaproximando.
Sem alarde, nesta terça-feira, o ex-presidente Lula e o governador Paulo Câmara mantiveram uma video-conferência, por mais de duas horas, tendo como coadjuvantes caciques dos dois partidos nacionais.
Pelo lado do PT, estavam a presidente do PT, Gleisi Hofmann, Guimarães, Paulo Teixeira e Luiz Dulcci.
Pelo lado do PSB, além de Paulo Câmara, o presidente do partido, Carlos Siqueira, o ex-governador de São Paulo Marcio França e o atual governador do ES, Renato Casagrande.
No encontro virtual, Lula disse que "na campanha de 22 a prioridade é tirar Bolsonaro" do poder e defendeu a "reaglutinação das forças de esquerda". Com o gesto, o ex-presidente sinalizou o caminho de volta para uma aliança com o PSB. O diálogo com Lula estava interrompido.
A direção nacional do PT que promoveu o gesto de aproximação, convocando a reunião de caciques partidários, mesmo depois da eleição conflagrada no Recife, entre os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT).
"As eleições no Recife foram duras? Foram. Teve gente melindrada? Tem, mas a cúpula do PT está mostrando que não te melindre. O caminho de volta (para alianças) está aberto", afirma uma fonte do blog.
Marília Arraes
O evento político também chamou a atenção por colocar mais pressão sobre a deputada federal Marília Arraes, adversária do PSB no plano local e nacional. No mesmo dia em que o ex-presidente Lula promovia uma reunião com a cúpula do PSB, na parte da manha, por outro lado, a deputada federal 'desobedecia' uma ordem do partido para cotar contra a compra de vacinas por empresas privadas. Ela se absteve. "Ela está se distanciando e o PSB se aproximando do PT", afirma uma fonte do blog.