Pressionada por gasolina e passagens de ônibus, inflação no Grande Recife volta a subir em fevereiro

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José Matheus Santos

Publicado em 11/03/2021 às 12:16
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A inflação voltou a subir em fevereiro na Região Metropolitana do Recife (RMR). No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,77%; em janeiro, a alta havia sido menos acentuada, de 0,5%.

Mesmo com esse avanço, a inflação do Grande Recife está abaixo da média nacional (0,86%) e também é o quarto índice mais baixo entre as 16 localidades pesquisadas, à frente apenas de Goiânia (0,76%), Belo Horizonte (0,73%) e Rio de Janeiro (0,38%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

No acumulado de janeiro e fevereiro, no entanto, o Grande Recife teve inflação de 1,28%, superior à média nacional (1,11%). A tendência se repetiu no acumulado dos últimos 12 meses, em que o IPCA registrou alta de 6,29% no Grande Recife e de 5,20% no Brasil.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA entre 29 de janeiro e 1º de março, houve elevação em quatro e retração em cinco deles. O segmento que mais pressionou a inflação do mês foi o de Transportes, cuja alta foi de 3,19%. Os reajustes no preço dos combustíveis – principalmente a gasolina - e da passagem de ônibus, a partir de 7 de fevereiro, foram os itens que, individualmente, tiveram maior impacto no setor.

O segundo lugar no ranking é ocupado pela Educação, com aumento de 2,65% em relação a janeiro, puxado pelo aumento das mensalidades escolares, especialmente no Ensino Fundamental (3,41%). Os outros dois grupos com índices positivos foram Saúde e cuidados pessoais (1%) e Artigos de residência (0,05%).

Dos cinco grupos que apresentaram índices negativos, Despesas pessoais (-0,01%) e Comunicação (-0,02%) tiveram resultados próximos à estabilidade. As quedas mais expressivas foram verificadas em Alimentação e bebidas (-0,21%) – a vilã da inflação em 2020 - , Vestuário (-0,24%) e Habitação (-0,34%).

Na inflação de fevereiro, a mercadoria com maior variação de preço foi a cebola, com alta de 27,47%. Na sequência, estava a banana prata (13,8%), e, em terceiro lugar, a gasolina (8,42%). Os combustíveis em geral subiram 8,34% e ocuparam a quarta posição. Individualmente, o etanol foi reajustado em 7,57% e o óleo diesel aumentou 5,74%.

Já as cinco maiores quedas nos preços no mês passado foram registradas entre os alimentos. A batata-inglesa estava 10,42% mais barata, seguida pela maçã, com redução de 8,78%, pelo mamão (-7,42%), pelo coentro (-6,91%) e pela cenoura (-6,85%). O queijo (-5,43%) também se destaca entre os produtos que tiveram custo reduzido.

IPCA no Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro foi de 0,86%, 0,61 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,25%). Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA foi de 0,90%.

No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a variação havia sido de 0,25%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em fevereiro. O maior impacto no índice do mês (0,45 ponto percentual) veio dos Transportes (2,28%) e a maior variação, da Educação (2,48%). Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do resultado do mês.

Na sequência, aparece a área de Saúde e cuidados pessoais (0,62%), cujo impacto foi de 0,08 ponto percentual. O grupo Alimentação e bebidas (0,27% de variação e 0,06 ponto percentual de contribuição) desacelerou frente a janeiro (1,02%). Já Habitação, que havia recuado 1,07% em janeiro, subiu 0,40%, contribuindo também com 0,06 ponto percentual no resultado de fevereiro. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,13% em Comunicação e a alta de 0,66% em Artigos de residência.

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