Oposição critica base de João Campos por barrar comissão para fiscalizar retorno às aulas presenciais. 'Artimanha para esconder a verdade'

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jamildo

Publicado em 02/03/2021 às 17:30
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O vereador Alcides Cardoso (DEM) criticou nesta terça-feira (02/03), durante a Reunião Ordinária remota, que a bancada governista reprovou o Requerimento nº 707/2021 e, consequentemente, barrou a criação de uma Comissão Especial Suprapartidária de Apoio, Acompanhamento e Fiscalização da Rede de Ensino Municipal do Recife, no retorno às suas aulas presenciais.

“Está muito claro que a gestão municipal orientou a sua bancada para rejeitar o pedido de criação da comissão suprapartidária, que em nada atrapalharia a já existente Comissão de Educação desta Casa”, declarou Alcides Cardoso.

“Barrar a instalação dessa comissão para fiscalizar a rede pública de ensino é uma artimanha para esconder a verdade”, criticou.

O documento, de autoria da vereadora Liana Cirne (PT) e que solicitava a formação da comissão para apoiar, acompanhar e fiscalizar o retorno às aulas presenciais na rede pública de ensino, suspensas por determinação do governo estadual até o dia o próximo dia 12, foi rejeitado por 20 votos, contra 11 favoráveis, todos dos vereadores da oposição.

Segundo o democrata, além de demonstrar a intenção de abafar a real situação da estrutura das cerca de 300 escolas públicas do Recife, a prefeitura municipal, ao barrar a criação da comissão, também atestaria não ter condições de cumprir a totalidade das exigências sanitárias, necessárias para garantir a segurança dos alunos, professores e demais profissionais.

"A nossa crítica é endossada ainda mais em um momento no qual os índices de infecção e mortes causadas pelo avanço da Covid-19 fizeram as autoridades suspenderem serviços e restringirem a circulação de pessoas em diversas áreas e órgãos públicos, na última semana, em mais uma tentativa de frear a evolução da doença na capital pernambucana".

“Não faz nenhum sentido que os vereadores da situação rejeitem um requerimento tão importante para garantir segurança aos alunos, professores e todos aqueles profissionais que trabalham na rede pública de ensino, na volta às aulas presenciais”, defendeu.

“Todos desejam esse retorno, mas não de forma irresponsável, pondo em risco ainda mais vidas”, disse Cardoso.

"A rejeição de hoje é semelhante à ocorrida em 2020, quando o ex-vereador Jayme Asfora (Cidadania) pediu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar compras da Prefeitura do Recife durante a pandemia. O alvo eram sete dispensas de licitação que, inclusive, são investigadas pela Polícia Federal".

"Na época, o pedido foi arquivado por falta de apoio mínimo dos vereadores. Além do próprio Jayme Asfora, outros seis declararam ser favoráveis ao requerimento, sendo dois da bancada de governo, então comandado por Geraldo Júlio. O número foi inferior ao mínimo de um terço dos vereadores para instaurar a CPI, conforme o Regimento Interno da Câmara Municipal", comentou.


“Não há dúvidas de que houve uma determinação direta do prefeito João Campos para impedir a instalação da comissão suprapartidária, a exemplo do que ocorreu com a CPI do ano passado. A CPI barrada em 2020  não impediu, no entanto, a realização de sete operações da Polícia Federal no estado, incluindo a Prefeitura do Recife entre os órgãos investigados".

“A gestão mudou apenas de nome, o modus operandi permanece o mesmo sem nenhuma diferença. Impediram a criação da CPI em 2020, mas não as sete operações da Polícia Federal que investigam supostos desvios de recursos públicos na compra de materiais para o combate à Covid-19. A população quer respostas”, disse Alcides Cardoso.

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