Intenção de consumo dos pernambucanos cresce em janeiro

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jamildo

Publicado em 25/02/2021 às 13:30
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O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) Pernambucanas, indicador utilizado para medir a avaliação que os consumidores em Pernambuco fazem sobre aspectos importantes da condição de consumo, como a sua capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro, apresentou a terceira alta consecutiva em janeiro de 2021, reflexo dos programas de distribuição de renda emergencial realizado pelo governo federal, do décimo terceiro salário e de uma geração de emprego em melhor ritmo do que o verificado nos meses iniciais da pandemia da covid-19.

A alta não era esperada, visto que o início do ano de 2021 vem se mostrando ainda crítico para a renda familiar. A população apresenta maiores restrições orçamentárias devido à queda no rendimento com encerramento de vagas.

Programas de distribuição de renda, como a do auxílio emergencial, que estavam disponíveis para parte da população e que contribuíram de maneira significativa para a manutenção do consumo, foram encerrados em dezembro de 2020.

A retirada desses recursos do orçamento dos mais vulneráveis e da população na informalidade acaba incentivando o uso de financiamento para manter o padrão de consumo adquirido nos meses de pandemia.

Além disso, parte das famílias que receberam o auxílio já compraram a prazo e agora com o fim do programa o endividamento pode ser levado para níveis mais críticos.

Outra questão importante que influenciaria o número para baixo seria a alta sazonal do desemprego.

O mês de janeiro geralmente apresenta um nível elevado de encerramento de vagas formais, devido a reestruturação de equipes, encerramento de contratos temporários, cortes de despesas para a sobrevivência em um ambiente ainda incerto e em 2021 especificamente a não contratação dos temporários devido a não realização do carnaval e de prévias em Pernambuco.

Um ponto importante para o crescimento do índice de consumo das famílias é a possibilidade do retorno do auxílio emergencial em março. O que foi divulgado é que o valor virá bem abaixo do que foi aprovado inicialmente, o que provavelmente não influenciará tanto o consumo das famílias quanto o primeiro programa iniciado em abril e encerrado em dezembro.

A população parece esperar uma melhora econômica mais rápida do que o que foi verificado no ano passado. Um dos pontos mais importantes é a aprovação das vacinas e o início do plano de imunização, fazendo com que a expectativa positiva para a queda das restrições e os desdobramentos positivos desta ação sejam acelerados.

A recuperação econômica vem sendo atrelada a velocidade de aplicação das doses e do ritmo de imunidade das pessoas. Sendo um dos principais responsáveis pela melhora nas avaliações de consumo das famílias e confiança do empresário.

O indicador atingiu os 67,4 pontos, ante 66,9 de dezembro de 2020 e 83,9 do mesmo período do ano anterior. A intenção de consumo continua na zona de avaliação negativa, abaixo dos 100 pontos, e esta condição vem desde agosto de 2015, refletindo que a crise iniciada no biênio de 2015/2016 foi tão crítica que o consumo da população ainda não mostrou recuperação suficiente para atingir um nível de satisfação da pesquisa.

Na análise por indicadores, verifica-se que o Emprego atual e a Compra a prazo apresentam as maiores quedas, sendo estes os mais impactados pelo fim do auxílio emergencial, mercado e trabalho com encerramento de vagas sazonais, restrição orçamentária e endividamento elevado.

Para o mês de fevereiro a expectativa é de alta na intenção de consumo das famílias, visto que o mês possui uma data importante para o calendário de consumo que é o Carnaval, que mesmo com a proibição de sua realização de maneira social, irá trazer incentivos de consumo para comemorações mais familiares.

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