Liana Cirne sai em defesa de Marília Arraes e critica João Campos

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jamildo

Publicado em 19/01/2021 às 15:00
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Nesta segunda-feira, Rinaldo Júnior, Vereador do Recife, bateu duro em Marilia Arraes, que havia feito críticas ao plano de vacinação de João Campos. Agora foi a vez da aliada de Marília dar o troco, criticando o vereador e o prefeito. Veja os termos abaixo.

Vereador do Recife rebate críticas de Marília Arraes a João Campos sobre vacinas

População do Recife merece respostas, não cortina de fumaça

Por Liana Cirne, vereadora do Recife

Nem 20 dias se passaram da sua posse e o prefeito João Campos, infelizmente, já demonstrou que irá manter a velha prática do PSB à frente da Prefeitura do Recife, ou seja, jogar cortinas de fumaça e evitar o debate dos problemas reais da cidade e da população recifense.

Ao criticar os legítimos questionamentos levantados pela deputada federal Marília Arraes, o vereador Rinaldo Júnior, da base do governo, desvia o foco de uma questão para a qual não foi dada resposta: a falta de medicamentos e insumos para tratamento dos pacientes vítimas da Covid-19 no Hospital Provisório Recife I.

Ao atacar Marília, sua ex-colega de Casa e hoje deputada federal, Rinaldo – que já foi líder da oposição a esse mesmo PSB de João Campos – usa o mesmo discurso de ódio e fake news utilizados na campanha municipal de 2020 em resposta às críticas e questionamentos técnicos apresentados pela deputada.

Ao agir assim, em conjunto com sua base na Câmara Municipal do Recife, o prefeito repete o mesmo modus operandi de quando, para evitar o debate e os eventuais desgastes em seu início de gestão, enviou por meio do ex-prefeito Geraldo Júlio, no apagar das luzes da legislatura passada, projetos de lei de seu interesse, como o Plano Diretor, a Reforma Administrativa, a permissão para remembramento de terrenos das Zeis e a precarização do licenciamento ambiental, negando aos vereadores do Recife o direito de discutir e avaliar tais medidas.

Em sua pressa em responder à deputada Marília Arrares, através de Rinaldo, a Prefeitura do Recife defende o seu plano de vacinação contra a Covid-19, mas em nenhum momento detalha esse plano ou responde aos questionamentos sobre falta de insumos e medicamentos como os bloqueadores neuromusculares, essenciais em procedimentos de entubação de pacientes graves, esse sim, objeto do pedido de informação apresentado pela deputada federal, após grave denúncia recebida em seu gabinete de familiares de pacientes em tratamento no Hospital Recife I, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde.

Diferentemente do que quer fazer parecer o interlocutor da PCR, o plano divulgado não traz informações completas sobre o processo de vacinação, como por exemplo a categorização do público-alvo, entre os trabalhadores da Saúde. Serão inseridos nesta primeira fase os profissionais responsáveis pela limpeza e higienização das unidades de saúde? E os profissionais de nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, entre tantos outros que atuam nas terapias complementares para os pacientes de Covid-19 serão incluídos? Os motoristas de ambulância e maqueiros estarão entre os vacinados? Esse é apenas um dos questionamentos técnicos que não foram respondidos em nenhum dos slides apresentados pela PCR.

Outro ponto do plano apresentado pela Prefeitura que precisa ser debatido com a sociedade é o tratamento dado à educação. Apesar de o prefeito João Campo ter assumido o compromisso de antecipar a vacinação desses profissionais – cerca de 8.700 só na rede municipal de ensino – , os trabalhadores da educação continuam relegados à quarta fase do plano de vacinação, o que é inadimissível.

O Recife vive hoje uma realidade muito grave em relação à Covid-19. A cidade ocupa o sétimo lugar no ranking de mortes por Coronavírus no País. São 2.825 mortos e mais de 54 mil casos registrados. O último dado disponível, de 1 de janeiro, aponta que 77% dos leitos de UTI da capital destinados à Covid estavam ocupados. Atualmente, Pernambuco é um dos estados que apresentam alta no número de casos, com um crescimento da média móvel da ordem de 86%. São 241.409 casos confirmados, com 10.031 mortes.

Em meio a esse cenário as denúncias sobre a falta de medicamentos essenciais ao tratamento e a manutenção da vida dos pacientes da Covid-19, por que não responder de pronto a um questionamento tão grave? Ataques, fake news, discurso de ódio... nada disso vai resolver os problemas enfrentados pela cidade e por nossa população.

Transparência não é peça decorativa. É o princípio de tudo.

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