Presidente falastrão. Por Aluísio Lessa

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jamildo

Publicado em 14/01/2021 às 13:00
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Por Aluísio Lessa, em artigo enviado ao blog

Como se não bastasse a indiferença dos números de mortos e dos casos de contaminados pela Covid 19, o Governo do Sr Jair Messias Bolsonaro nos fez vítimas de duas novas notícias com graves repercussões para o trabalhador e para o conjunto da população brasileira.

O fechamento das fábricas da Ford no País e a decisão de fechar mais de 360 agências do Banco do Brasil no território nacional. Resultado: mais de 10 mil trabalhadores desempregados, mais de 10 mil famílias atingidas num ambiente de crise sem precedentes na história.

Na Bahia, estima-se que cerca de 60 mil postos de trabalho serão fechados na cadeia produtiva com o fechamento da Ford em Camaçari. Que vão se juntar a taxa histórica recorde de 14,6% de desempregados neste momento.

Ou seja, ao contrário do que negou, de forma debochada e desrespeitosa em relação aos mortos pelo Coronavirus, Bolsonaro tá sim, efetivamente, na prática, sendo o coveiro de vidas e, sobretudo, de esperanças de sobrevivência da nossa população.

Bolsonaro foi eleito prometendo gerar mais crescimento, mais oportunidades de trabalho, menos desigualdades sociais e menos carestia. Passados dois anos, seu governo nos apresenta, além da taxa recorde de desemprego citada acima, os seguintes números como herança da sua incapacidade de gerir o País: 13,5 milhões de pessoas na extrema pobreza, gasolina a R$ 5,00 o litro, gás de cozinha a R$ 90,00, dólar a R$ 5,00, alimentos com 25% de inflação nas feiras e supermercados, dentre outros dados nunca vistos antes do seu modelo de governar.

Em 10 de janeiro de 2019, o The New York Times, em seu editorial, anunciou: "com Bolsonaro, um ano fatídico começa para o Brasil". Mas, hoje, à luz dos acontecimentos, podemos constatar, pra nossa tristeza, que o insuspeito jornal americano foi até generoso na sua previsão.

O quadro de desequilíbrio político, econômico, social e cultural do País é ainda mais grave, desde então. O presidente Bolsonaro tá destruindo todo um patrimônio histórico construído no curso de décadas, de séculos até, pelo povo brasileiro, como é o caso dessa iniciativa sua de privatizar, sem nenhuma estratégia que se justifique, empresas estatais como a Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil, Correios entre outras.

O Banco do Brasil foi criado há mais 200 anos para ser um Banco de fomento ao desenvolvimento Brasileiro, um banco nacional e com viés social. Bastaram apenas 2 anos do Governo Bolsonaro para ele destruir com os pés, o que foi construído por tantas mãos e com a dedicação de milhares de servidores dedicados à nossa instituição financeira mais importante do País.

Em tempo: o 15 de janeiro, amanhã, é uma data emblemática para a história da humanidade, que desperta nossa atenção, através dessas coincidências que o destino guardou para a reflexão dessas e das futuras gerações.

Marca o nascimento de um negro, militante religioso e ativista político que se tornou a figura mais proeminente e líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, Martin Luther King Jr..

E registra, na outra ponta, a morte de uma mulher além do seu tempo. A filósofa, economista, militante política e revolucionária Rosa de Luxemburgo, que dedicou sua vida à causa em defesa dos oprimidos e contra as desigualdades sociais.

Neste instante, que constatamos estarrecidos a ressureição de idéias e atitudes intolerantes, o aprofundamento da pobreza e o crescimento da miséria social no Brasil, não poderíamos deixar de invocar o legado desses dois personagens.

Em nome do que defenderam Luther King e Luxemburgo, reafirmamos, aqui, nossa posição histórica de lutar, diuturnamente, para manter acesa a esperança de uma sociedade mais democrática e socialmente mais justa.

Aluísio Lessa é deputado estadual PSB

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