No Recife, vereadores tomam posse e elegem Romero Jatobá novo presidente

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jamildo

Publicado em 01/01/2021 às 17:33
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O vereador Romero Jatobá foi eleito com 34 votos. O vereador Ivan Moraes teve 4 votos. Michele Collins não compareceu à cerimônia, não tendo votado.

A vereadora Dani Portela (PSOL) presidiu a Reunião Solene de Posse das vereadoras e vereadores do Recife, como prerrogativa regimental, por ter sido a parlamentar mais votada no pleito de 2020.

Essa foi a primeira vez em que uma vereadora negra assumiu a presidência da Mesa Diretora da Casa.

Coube à Dani a abertura dos trabalhos da nova Legislatura, além de comandar a eleição da nova Mesa Diretora da Casa, composta pelos vereadores Romerinho Jatobá (PSB), presidente; Hélio Guabiraba (PSB), 1º vice-presidente; Ana Lúcia (Republicanos), 2ª vice-presidente; Fred Ferreira (PSC), 3º vice-presidente; Eriberto Rafael (PP), 1º secretário; Natália de Menudo (PSB), 2ª secretária; Zé Neto (PROS), 3º secretário; Almir Fernando (PCdoB), 1º suplente; e Fabiano Ferraz (Avante), 2º suplente .

A disputa pela Mesa Diretora contou com as chapas encabeçadas pelos vereadores Romerinho Jatobá (PSB), alinhada à prefeitura; e pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), em oposição à esquerda.

Os vereadores Romerinho Jatobá (PSB) e Eriberto Rafael (PP) foram eleitos presidente e primeiro-secretário, respectivamente, da Câmara do Recife.

Ambos ingressaram juntos na Câmara em 2012 e estão no terceiro mandato.

"Assumimos a presidência com o compromisso de que o recifense vai ter vez e voz na Câmara. Ao longo de oito anos de mandato, sempre buscamos apaziguar as diferenças na Câmara, entender o papel de cada vereador para a cidade e vamos continuar neste exercício diário", disse Romerinho, que entra na história como o presidente mais jovem da Câmara.

Eriberto Rafael parabenizou todos os vereadores empossados e reafirmou o compromisso de aproximar ainda mais o Poder Legislativo da população.

“A cada novo desafio, renovamos nossa responsabilidade de trabalhar com seriedade, dedicação e o Recife no coração”, afirmou.

Romerinho atuou como primeiro-secretário na legislatura passada, conduzindo a administração financeira da Câmara durante a crise do Coronavírus. Também já foi membro efetivo da Comissão de Políticas Públicas da Juventude. Tem passagem pelo Poder Executivo, onde assumiu a secretaria de Habitação do Recife (2014 a 2015) e a vice-presidência da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur).

Eriberto Rafael já no seu primeiro mandato ocupou cargo na Mesa Diretora. Na última legislatura, atuou como Líder do Governo, presidente da Comissão de Finanças e Orçamento e vice-presidente da Comissão de Legislação e Justiça.

Primeiro discurso

“Neste momento que vivemos em Recife, esperamos da Câmara uma posição firme na fiscalização da gestão municipal. Principalmente pelo que nos mostraram as últimas experiências neste pequeno período de fim de ano, com votação atropelada do Plano Diretor e da votação da Reforma Administrativa. Por esta razão apresentamos o nome de Ivan Moraes para a presidência da Câmara e iremos, independente da composição escolhida, dialogar no sentido de que a Casa Legislativa possa, nesta legislatura, tirar o Recife do mapa da desigualdade social”, afirmou Portela.

Além de estar à frente dos trabalhos de eleição da Mesa Diretora e empossá-la, coube à Dani o primeiro discurso da nova legislatura, logo após os atos regimentais de entrega dos diplomas e declaração de bens.

Em sua fala, Dani exaltou a importância do momento para a população negra, como uma reintegração de posse dos territórios políticos do país.

“Aproximadamente 115 mil recifenses vivem abaixo da linha da pobreza, em insegurança alimentar. Isso corresponde à 7% dos moradores da capital, de acordo com o IBGE. É dessa cidade que estamos falando. Com esses números não tem democracia, quando ela não se completou para milhares de nós”, disse Dani em seu discurso.

“A democracia não é só um instrumento para nos dar mandatos, deve ser um mecanismo para garantir a vida das pessoas. Vivemos diante do genocídio da juventude negra de periferia e de um encarceramento em massa. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado neste país. Vivemos diante do feminicídio brutal que cresce a cada momento, para as mulheres negras os números são ainda piores. É inadmissível que as mulheres negras ainda morram ao parir nas maternidades desta cidade. A questão racial na cidade do Recife não pode ser vista de maneira isolada, a luta pelo enfrentamento ao racismo e a busca de igualdade é de todas e todos nós. Isso não se resolve criando apenas uma secretaria ou uma comissão, precisamos de ações efetivas no âmbito de todas as esferas de políticas públicas”, afirmou.

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