
Bolsonaro diz que vai pedir auditoria do PSL; Bivar rebate
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que iria pedir uma auditoria das contas do próprio partido. A informação foi publicada nesta sexta-feira (11). Caso ocorra, a medida é mais um capítulo na briga pelo controle interno do PSL entre Bolsonaro e o deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional da sigla.
O chefe do Executivo se filiou ao PSL em março de 2018. Desde então, Bolsonaro e seu núcleo vêm tentando uma influência maior na organização partido. Na terça (8), o presidente da República, ao ser abordado por um apoiador que citou Bivar, afirmou para que ele “esquecesse” o PSL e que o deputado estava “queimado pra caramba”.
O episódio expôs a insatisfação do presidente com o próprio partido. No mesmo dia, Bolsonaro afirmou que não sairia do PSL “de livre e espontânea vontade”, apesar de aliados próximos afirmarem que ele estaria deixando a sigla.
No dia seguinte, um grupo de deputados da ala “bolsonarista” divulgou uma carta apoiando o presidente e alegando “falta de transparência” do PSL. Com este argumento, o presidente monta uma estratégia na disputa interna.
Bivar reagiu afirmando que a fala de de Bolsonaro era “terminal” e que o presidente já estaria “afastado” do PSL. De acordo com o Estadão, Bivar ameaça retaliar o presidente retirando o filho dele, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo partido, da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Os partidos têm a prerrogativa de indicação dos seus representantes na Casa.
Sobre as ameaças, Bolsonaro afirmou que o acusam de flertar com a ditadura, mas que o comando do partido é quem agiria dessa forma ao ameaçar deputados do seu grupo com a perda de cargos. O deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), a liderança do PSL na Câmara assinou na quinta (10) a retirada de cargos comissionados, o desligamento de participação em comissões especiais e a vice-liderança de oito parlamentares da legenda.
Sobre Eduardo Bolsonaro e a deputada Bia Kicis (DF), que é vice-presidente da CCJ, Bozella disse que estão sob avaliação.
Segundo o jornal, o presidente afirmou que, caso Eduardo seja destituído do cargo, sua opinião sobre o assunto é “impublicável”.
Crescimento relâmpago
O PSL saiu de legenda pequena, que elegeu apenas um deputado em 2014, para ser o partido com, atualmente, a maior bancada na Câmara, com 53 deputados eleitos. De Fundo Partidário, até o fim do ano, deve receber R$ 110 milhões.
Como as eleições para deputado são proporcionais, há um entendimento no Supremo Tribunal Federal (STF) de que os mandatos pertencem aos partidos. Isso inclui a distribuição de recursos do Fundo Partidário, que financia os partidos, e o Fundo Eleitoral, que vai fomentar as campanhas eleitorais em 2020.
Ao todo, o PSL tem para receber, dos dois fundos, um montante de cerca de R$ 300 milhões.
Admar Gonzaga, que já foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vem orientando Bolsonaro na disputa do PSL. Segundo o jornal, ele quem deu embasamento ao argumento do presidente e de sua ala para reclamar da falta de compliance dentro do PSL.
Caso seja comprovada essa ingerência interna, existe uma possibilidade dos deputados filiados saírem da legenda sem, ao menos, perderem os mandatos.
Sobre a possibilidade de auditoria nas contas do PSL, Bivar falou ao Estado que estava “feliz” com a preocupação de Bolsonaro com a legenda. “Sim, nós vamos contratar tudo de auditoria que for possível, imaginável. Tudo, com certeza”, afirmou o dirigente, incluindo o período de Bolsonaro.
Ao comentar o crescimento do PSL, Bolsonaro disse que a legenda só elegeu uma bancada grande no rastro de sua popularidade, contudo, o PSL ainda não soube se aproveitar da nova estatura. O presidente disse que muitos parlamentares não teriam condições de serem eleitos se não tivessem vinculado sua imagem à dele.
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