
‘Ele está no direito dele’, diz Bolsonaro sobre Guedes falar em renúncia
Na saída da reunião com governadores nesta sexta-feira (24), no Recife, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) respondeu às perguntas dos jornalistas sobre as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre uma eventual renúncia caso a reforma da Previdência não seja aprovada. Em entrevista à revista Veja, o ministro disse que se a proposta não for aprovada, “não dá para permanecer no cargo”. Para Bolsonaro, Guedes “está no direito dele” e afirmou que concorda com o cenário de “catástrofe” exposto pelo ministro sem a reforma.
“(Guedes) Ele está no direito dele. Ninguém é obrigado a continuar como um ministro meu. Logicamente, ele está vendo uma catástrofe, e é verdade, concordo com ele. Se nós não aprovarmos uma reforma, realmente, muito próxima da que nós enviamos para o parlamento”, afirmou o presidente, que seguiu para Petrolina entregar unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.
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O presidente voltou a fazer um apelo aos governadores sobre a necessidade de aprovar a proposta do governo para ajustar as contas da União, Estados e municípios.
“É um projeto que a gente chama de reforma mãe, se você não fizer isso, você não terá suas contas ajustadas e ninguém de fora vai querer investir no nosso País. Esse é o apelo que nós fazemos. Aí não tem partido político. A união não tá bem, a mãe dos Estados e a mãe dos distritos também, precisamos dessa reforma previdenciária”, defendeu.
No Congresso, cresce o debate sobre deixar para que os governadores façam suas próprias reformas no sistema diante de falta de uma defesa enfática do projeto pelos gestores estaduais, principalmente, da oposição.
“Eu e a esquerda somos dois pólos. Somos antagonistas. Mas estamos ligados agora no mesmo objetivo, eu tenho certeza que os governadores todos, os prefeitos também todos torcem pela aprovação da reforma da Previdência. O que não pode acontecer é que essas pessoas torcerem pela aprovação, mas não fazer com que o parlamentar que ele tem acesso vote favorável a mesma. Aí complica a situação. Tem gente que torce, não tô culpando ninguém, tem gente que torce para que a reforma seja aprovada, mas com o voto dele contrário”, afirmou Bolsonaro.
Entrevista
Na entrevista à revista, o ministro Paulo Guedes também citou a possibilidade de abandonar o cargo se “sentir” que o presidente não quer a reforma e a mídia e a oposição estiverem a fim de “bagunçar”.
“Deixa eu te falar um negócio que é importante. Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Ah, não aprovou a reforma, vou embora no dia seguinte. Não existe isso. Agora, posso perfeitamente dizer assim: ‘Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo’. Se só eu quero a reforma, vou embora para casa. Se eu sentir que o presidente não quer a reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer tumultuar, explodir e correr o risco de ter um confronto sério… pego o avião e vou morar lá fora”, disse Paulo Guedes.
Segundo Guedes, a não aprovação da reforma poderá levar o Brasil a um estado de “convulsão” e provocar um “caos” no setor público da União, dos Estados e municípios. “Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários”, disse. Na avaliação do ministro, o cenário poderá levar à aposta em um impeachment e o país poderá virar “uma Argentina”, que hoje sofre com uma grave crise econômica.
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