
“Não quero a paternidade dessa obra. Ninguém pode tê-la”, diz Temer sobre Transposição
Diante da estratégia do ex-presidente Lula (PT) de cobrar a paternidade da Transposição do Rio São Francisco, Michel Temer (PMDB) o rebateu, sem citar seu nome, em discurso em Campina Grande, na Paraíba, nesta sexta-feira (10). “Nós envidamos muitos esforços nesses poucos meses de governo p que pudéssemos chegar a esse ponto. Mas eu não quero a paternidade dessa obra. Ninguém pode tê-la”, disse o peemedebista. Esta é a terceira visita de Temer ao projeto em três meses.
“A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino, porque vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo, vocês é que permitiram que nós pudéssemos fazer grandes investimentos nessa obra, que vai cada vez mais sendo festejada”, afirmou ainda no discurso. “O Cássio (Cunha Lima, senador do PSDB da Paraíba), quando me abraçou ontem, quase chorou. O Maranhão (José, senador do PMDB do estado) e o Lira (Raimundo, também senador do PMDB do estado), quando me abraçaram hoje, quase choraram. Vejam a importância dessa obra.”
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De Campina Grande, Temer foi a Sertânia, no Sertão pernambucano, onde participou da abertura das comportas do reservatório de Campos. O equipamento permitirá o abastecimento de 35 mil moradores do município. O último evento com o presidente é em Monteiro, onde está em cerimônia para a chegada da água ao estado.
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Apesar de discursar negando querer a paternidade da Transposição, Temer tem se aproximado do projeto. Com baixa popularidade – a avaliação positiva do governo baixou para 10,3% na última pesquisa CNT/MDA, divulgada em fevereiro -, a conclusão da obra é usada pelo peemedebista para tentar alavancar a imagem positiva no Nordeste, que tem áreas atingidas pela seca há mais de cinco anos. Em material divulgado pela assessoria de imprensa do Ministério da Integração Nacional nesta sexta-feira, a pasta frisou que ampliou em 23% o volume de repasses para as obras do eixo leste desde maio, quando o peemedebista assumiu ainda interinamente, antes da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). O investimento, segundo o órgão, foi de R$ 602 milhões desde então.
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também tem se aproximado do projeto. Através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o tucano, que tem planos de se candidatar à presidência em 2018, cedeu bombas para o projeto.
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De olho na movimentação dos dois, Lula tem investido na comunicação e na militância para também chegar perto da obra, iniciada em 2007, no seu segundo mandato. A transposição era esperada desde o período do Império e foi promessa dos presidentes anteriores ao petista. De olho nos créditos por ter iniciado a obra, Lula tem divulgado vídeos nas redes sociais e, no último sábado (4), o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) levou prefeitos petistas para a transposição para exaltar a imagem de Lula. Em discurso recheado de críticas a Alckmin e Temer, Humberto ainda anunciou que o próprio ex-presidente vem a Pernambuco e à Paraíba ainda este mês.
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