
Cavalo é resgatado após ser agredido e obrigado a beber pelo tutor
Bianca Sousa
Especial para o blog
Um cavalo foi resgatado após moradores de Novo Horizonte, em São Paulo, presenciarem uma cena lamentável. O animal estava sendo vítima de maus-tratos pelo próprio tutor. Obrigado até a beber pinga, o cavalo era constantemente agredido a pauladas pelo rapaz.
Amarrado em uma árvore, no bairro Jardim América, e sem conseguir se levantar, o cavalo começou a receber comida e cuidados médicos de voluntários, que se mobilizaram com a situação, no dia 17 de junho. Com a ajuda de um protetor de animais na cidade, o grupo conseguiu dois veterinários que colaboraram com medicamentos e exames.
A tentativa de salvar o cavalo fez com que fosse montado um consultório improvisado na praça onde ele estava. O animal recebeu soro e retirou amostras de sangue para analisar no laboratório.
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O veterinário João Gabriel Gondim, que acompanhou o caso desde o início, contou em entrevista ao G1 que “ficou comprovado no exame de sangue que o animal ingeria álcool. O hemograma mostrou que todas as enzimas do fígado estavam elevadas”.
“Ver um animal naquela situação é como ver alguém da nossa família, deitado, olhando pra gente, querendo levantar e não conseguir. Não tem dinheiro que pague salvar uma vida”, lamentou o veterinário.
A recuperação do cavalo
Mais de um mês depois do resgate do animal, que recebeu o nome de “Guerreiro”, ele já apresenta melhora no estado de saúde e se recupera da violência recebida.
Para dar continuidade ao bom tratamento. Guerreiro precisava ficar em outro lugar, que não fosse sob os cuidados do dono. A caseira Silvana Quirino, que já havia flagrado o animal sendo espancado, pensou em adotá-lo e levar o cavalo para a chácara onde mora com a família.
Mesmo maltratando o bicho, o dono ainda pediu R$ 50 para vendê-lo. Um dos moradores pagou a quantia para que o cavalo pudesse ser levado.
Na chácara, em boas condições de vivência, Guerreiro continuou recebendo de perto o acompanhamento do veterinário. “Ele continuou tomando soro e os remédios para os machucados durante uma semana”, contou o doutor.
Agora, Guerreiro, que segundo o veterinário tem 22 anos, está bem melhor, e poderá desfrutar de uma vida tranquila e de carinho. Silvana, a nova cuidadora do cavalo, contou que “nenhum animal na chácara trabalha ou usa cela”. “Não deixo nem que montem neles. Eles são livres, só pastam e comem”, disse a mulher.