Novo coronavírus é incluído em triagem para doação de sangue

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/02/2020 às 12:08
Pessoas que tenham se deslocado ou que sejam procedentes de regiões com casos autóctones (locais) confirmados de coronavírus deverão ser consideradas inaptas para doação de sangue por um prazo de 30 dias, após o retorno das áreas afetadas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Pessoas que tenham se deslocado ou que sejam procedentes de regiões com casos autóctones (locais) confirmados de coronavírus deverão ser consideradas inaptas para doação de sangue por um prazo de 30 dias, após o retorno das áreas afetadas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) FOTO: Pessoas que tenham se deslocado ou que sejam procedentes de regiões com casos autóctones (locais) confirmados de coronavírus deverão ser consideradas inaptas para doação de sangue por um prazo de 30 dias, após o retorno das áreas afetadas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Anvisa e o Ministério da Saúde incluíram o coronavírus na atualização de critérios técnicos para triagem clínica de candidatos à doação de sangue. Geralmente focada em dengue, chicungunha e zika, a seleção incluiu o novo agente descoberto recentemente na China (Covid-2019) e outras variações já conhecidas do coronavírus – síndrome respiratória aguda grave (Sars) e síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers). A ação é preventiva e deverá ser adotada por todos os bancos de sangue do País.

De acordo com as orientações, pessoas que tenham se deslocado ou que sejam procedentes de regiões com casos autóctones (locais) confirmados de coronavírus (Covid-2019, Sars e Mers) deverão ser consideradas inaptas para doação por um prazo de 30 dias, após o retorno das áreas afetadas.

Quem teve contato, nos últimos 30 dias, com caso suspeito ou indivíduo diagnosticado com coronavírus estará inapto para doação também por um mês, após o último contato com a pessoa.

Ainda de acordo com o MS e a Anvisa, candidatos à doação de sangue que foram infectados pelos vírus Covid-2019, Sars e Mers deverão ser considerados inaptos por um período de 90 dias, após sua completa recuperação.

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Já os candidatos que tiveram resfriado comum ou infecções de vias respiratórias causadas eventualmente por coronavírus, mas sem histórico de viagem para regiões endêmicas ou contato com pessoas provenientes destas áreas, não deverão ser considerados de risco para a infecção desses novos vírus.

Transmissão transfusional

A Anvisa e o Ministério da Saúde informam que não existe evidência, até o presente momento, de transmissão transfusional dos coronavírus e que, por esse motivo, a ação é realmente preventiva. Os órgãos esclarecem também que a medida é amparada na legislação de saúde do País, que prevê a adequação de critérios técnicos para seleção de doadores de sangue em situações especiais, como no caso de emergências e surtos epidêmicos, entre outras. Já a norma específica de Boas Práticas no Ciclo do Sangue também prevê a adoção de ações para eliminação ou diminuição de riscos sanitários diante de situações de risco.

Dengue, chicungunha e zika

Pessoas que tiveram dengue, chicungunha ou zika também deverão aguardar para fazer doação de sangue. De acordo com o Ministério da Saúde e a Anvisa, os prazos de inaptidão são de 30 dias para dengue e chicungunha. Para zika, de 120 dias. Também há orientações sobre pessoas que tiveram contato com indivíduos diagnosticados com dengue hemorrágica ou com relato de contato sexual com infectados por alguma dessas arboviroses, entre outras situações.