Coronavírus tem potencial para se tornar pandemia, avalia OMS

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/02/2020 às 14:33
Além da China, 44 países relataram 3.474 diagnósticos de coronavírus, com 54 mortes (Foto: AFP)
Além da China, 44 países relataram 3.474 diagnósticos de coronavírus, com 54 mortes (Foto: AFP) FOTO: Além da China, 44 países relataram 3.474 diagnósticos de coronavírus, com 54 mortes (Foto: AFP)

Do Estadão Conteúdo

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a possibilidade de o avanço do coronavírus se tornar uma pandemia, mas ponderou que o surto ainda pode ser contido. "Estamos em um ponto decisivo", definiu durante entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.

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Segundo dados mais recentes da entidade, 78.630 casos da doença foram registrados na China, com 2.747 mortes. Mas, de acordo com Tedros, o principal foco de preocupação se deslocou para fora do país asiático. "Nos últimos dois dias, o número de novos casos de coronavírus no resto do mundo superou o número de novos casos na China", destacou.

Ainda de acordo com a OMS, além do gigante asiático, 44 países relataram 3.474 diagnósticos do vírus, com 54 mortes. "Minha mensagem para cada um desses países é a seguinte: esta é sua janela de oportunidade. Se agirem agressivamente agora, podem conter o coronavírus e salvar vidas", disse Tedros.

A organização explicou que a maior parte dos países que já registraram a doença está em fase de importação do vírus, mas que há casos de redes de transmissões próprias. "As epidemias no Irã, na Itália e na Coreia do Sul demonstram do que o coronavírus é capaz", lembrou o diretor-geral.

O médico etíope citou a África como região que requer maior atenção, por ter sistemas de saúde mais frágeis, mas disse que todos os países do mundo têm comunidades vulneráveis. Para ele, o surto está em uma fase "delicada" e pode ir para qualquer lugar.

Olimpíada

A OMS está trabalhando com autoridades japonesas para avaliar a viabilidade dos Jogos Olímpicos de Tóquio, marcados para julho. "Não teremos uma decisão sobre as Olimpíadas em breve", explicou o diretor-executivo da entidade, Michael Ryan, em entrevista coletiva. Ryan lembrou que outros grandes eventos aconteceram durante epidemias anteriores, como a do zika, em 2016, quando foram realizados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.