Chá imunológico contra coronavírus? Confira mitos, verdades e incógnitas sobre a epidemia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/02/2020 às 15:31
Antes de repassarmos informações desconhecidas adiante sobre o coronavírus, vamos ficar atentos à origem dos conteúdos e dar valor a informações de órgãos oficiais para não alimentarmos o pânico (Foto: Anthony Wallace/AFP)
Antes de repassarmos informações desconhecidas adiante sobre o coronavírus, vamos ficar atentos à origem dos conteúdos e dar valor a informações de órgãos oficiais para não alimentarmos o pânico (Foto: Anthony Wallace/AFP) FOTO: Antes de repassarmos informações desconhecidas adiante sobre o coronavírus, vamos ficar atentos à origem dos conteúdos e dar valor a informações de órgãos oficiais para não alimentarmos o pânico (Foto: Anthony Wallace/AFP)

Com a expansão geográfica do novo coronavírus, nascem mitos e notícias falsas sobre o surto que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública de interesse internacional. Na lista de fake news, desponta a receita de um chá imunológico contra a nova infecção. Mas a bebida tem nada de eficaz, segundo o Ministério da Saúde. Até o momento, não há medicamento específico, infusão ou vacina que possa funcionar como prevenção contra o coronavírus.

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Outra informação falsa diz respeito a uma combinação entre vitamina C e zinco para barrar a doença. Nada de compartilhar essa mensagem. Também neste cenário de alerta de perigo iminente, os especialistas reforçam que não há evidência de que produtos enviados da China para o Brasil tragam o novo coronavírus. Ele geralmente não sobrevive muito tempo fora do corpo de outros seres vivos, e o tempo de tráfego desses produtos costuma ser de muitos dias.

"O vírus vive muito pouco no ambiente externo. A gente vive no calor, e esse produto (da China, comprado pela internet) para ter vindo para o Brasil, passou por um trânsito de muito tempo. Então, não precisa ter medo de comprar itens chineses. Lógico que todo mundo precisa se precaver, mas longe de pânico generalizado. Vale tomar cuidado, sem se desesperar", destaca o chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Demetrius Montenegro.

Vale ainda mencionarmos um vídeo que tem circulado na internet associando a vitamina D e à prevenção da infecção. O Ministério da Saúde reforça que se trata, sim, de fake news.

Ah, e sobre a sopa de morcego? Também não faz sentido algum. A pasta reforça que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não existe comprovação científica de que o alimento tenha sido responsável pela disseminação do novo coronavírus na China. Ou seja, antes de repassarmos adiante, neste cenário de surto, qualquer notícia como se fosse verdadeira, vamos ficar atentos à origem dos conteúdos e dar valor a informações de órgãos oficiais para não alimentarmos o pânico.

Tratamento

Não há um medicamento específico para o novo coronavírus. Indicam-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade, com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e ventilação mecânica podem ser necessários. Antibióticos também não estão indicados nem para prevenir nem para tratar, pois eles não agem contra vírus, e sim contra bactérias.