Coronavírus: sobe para três o número de casos suspeitos no Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/01/2020 às 19:02
Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Imagem: Freepik)
Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Imagem: Freepik) FOTO: Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Imagem: Freepik)

O Ministério da Saúde informa que foi notificado, até às 17h desta terça-feira (28), de outros dois casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil. Assim, no total, três casos suspeitos da doença são monitorados pelas autoridades de saúde brasileiras. Eles estão localizados em Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), além de Belo Horizonte (MG), noticiado na manhã desta terça-feira (28).

Os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, eles apresentaram febre e, pelo menos um sinal ou sintoma respiratório, e viajaram para área de transmissão local nos últimos 14 dias.

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Com o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade. A recomendação faz parte das diretrizes publicadas no novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, atualizado nesta terça-feira (28), com informações para vigilância e assistência da rede pública de saúde. Com quase três mil casos confirmados, segundo o último boletim da OMS, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença.

Nesta terça-feira (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a orientação da pasta para que as pessoas tenham precaução na hora de viajar. “Nós desaconselhamos e não proibimos as viagens para a China. Não se sabe, ainda, qual é a característica desse vírus que é novo; sabemos que ele tem alta letalidade. Não é recomendável que a pessoa se exponha a uma situação dessas e depois retorne ao Brasil e exponha mais pessoas. Recomendamos que, não sendo necessário, que não se faça viagens, até que o quadro todo esteja bem definido”, destacou o ministro da Saúde.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que o Brasil está preparado para prestar a melhor assistência necessária para a população. “Temos um sistema de vigilância robusto, reconhecidamente robusto, que já passou por três momentos de muita intensidade: SARS, influenza e zika. Em todas as ocasiões, nosso sistema de saúde respondeu muito bem”, destacou o ministro. “Vamos aguardar o que a ciência vai trazer. Não adianta nos antecipar, a realidade da China é uma, mas temos que observar como esse vírus vai se comportar em outros países, em outras culturas, porque isso ainda não está claro”, disse o ministro da Saúde.

Diagnóstico

O Brasil tem capacidade para realizar teste genético para a confirmação do novo coronavírus. O diagnóstico laboratorial específico para a doença inclui técnicas de detecção do genoma viral e, no Brasil, os testes serão realizados por laboratórios referência do Ministério da Saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), o Instituto Adolfo Lutz e o Instituto Evandro Chagas (IEC).

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, reforçou que a pasta, em conjunto com Estados e municípios tem capacidade para atuar na possibilidade de um caso suspeito da doença. “O protocolo está sendo seguido, usando como experiência um legado do nosso sistema de saúde que é robusto. Temos testes para influenza, para outros vírus respiratórios. O Brasil é o único país do hemisfério sul com fábrica de vacina para influenza. Monitoramos todos os vírus respiratórios, que chamamos de vigilância sentinela de síndrome gripal, além de avaliarmos as mutações. O Brasil dispõe de laboratórios centrais em todos os estados do Brasil que estão capacitados”, destacou o secretário.

Para subsidiar os profissionais de saúde, o boletim epidemiológico traz, ainda, orientações em todas as áreas de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), além de deixar clara a definição de casos suspeitos, prováveis, confirmados e descartados.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou, ainda quais ações de higiene a população pode seguir, como medida de prevenção. “Lavar as mãos, evitar espirrar e tossir sem proteger a pessoa que está na sua frente, evitar tocar nos olhos, nariz, boca e evitar tocar pessoas que estejam doentes, pode prevenir. Além disso, é sempre bom ficar em casa se estiver doente para não expor outras pessoas. São orientações típicas de prevenção de vírus”, frisou o ministro da Saúde.