Coronavírus: 'Há risco de uma epidemia global', diz Sociedade Brasileira de Infectologia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 26/01/2020 às 17:15
Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Imagem: Freepik)
Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Imagem: Freepik) FOTO: Nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente (Imagem: Freepik)

Casos de doença respiratória na China, causados pelo novo coronavírus, têm acendido um alerta no planeta. O Ministério da Saúde prepara a rede pública para atuar no atendimento de possíveis casos no País. Em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde encaminha para os municípios e serviços informações sobre a doença, além de orientações para os profissionais de saúde. Médicos também estão atentos ao cenário desta nova infecção respiratória, que preocupa pela gravidade. “Os casos graves têm alta taxa de letalidade”, diz o infectologista Paulo Sérgio Ramos, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador da Fiocruz Pernambuco.

Em informe divulgado na sexta-feira (24), a Sociedade Brasileira de Infectologia alerta que há risco de epidemia global, mas não há motivo para pânico neste momento. A Organização Mundial de Saúde destacou que é cedo para declarar a situação como emergência em saúde pública internacional neste momento, devido ao número localizado de casos e pelas medidas que estão sendo tomadas.

"Até agora, acredita-se que, diferentemente do sarampo e da gripe, o novo coronavírus não seja tão transmissível de pessoa para pessoa. De qualquer forma, os casos graves preocupam. Devido ao fato de as pessoas estarem sempre se deslocando, a possibilidade de chegar ao Brasil existe, mas agora não é um risco eminente", explica o infectologista Paulo Sérgio Ramos (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)

Vale informar que a nova variante do coronavírus se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, e não havia sido identificada em humanos anteriormente. Existiam só seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.

Quando falamos sobre manifestações apresentadas por uma pessoa infectada, destacamos desde casos sem sintomas a quadros semelhantes a um resfriado, mas especialmente a condições graves associadas a uma dificuldade respiratória. Sobre o contágio do novo vírus, não se sabe muito até agora. Por enquanto, vamos acompanhar as recomendações, que são dinâmicas e podem mudar de um dia para outro.

Como o coronavírus se espalha?

A transmissão do novo coronavírus, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), está limitada a grupos familiares e profissionais de saúde que cuidaram de pacientes infectados. “Também não há evidências de transmissão de pessoa a pessoa fora da China, mas isso não significa que não aconteça”, diz o informe da entidade médica. Não se sabe exatamente ainda sobre o período de incubação, mas se presume que o tempo de exposição ao vírus e o início dos sintomas seja de até duas semanas.

Como se proteger?

A SBI também frisa que, para reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus, é preciso evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; evitar contato próximo com animais selvagens e doentes em fazendas ou criações.