Sobe para 17 o número de mortes de saguis em Aldeia; febre amarela é uma das suspeitas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/01/2020 às 11:50
Macacos e saguis não transmitem a febre amarela. Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da doença está circulando (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)
Macacos e saguis não transmitem a febre amarela. Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da doença está circulando (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem) FOTO: Macacos e saguis não transmitem a febre amarela. Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da doença está circulando (Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, na manhã desta segunda-feira (13), que subiu para 17 o número de mortes de macacos (espécie sagui) em Aldeia, no município de Camaragibe. Esses óbitos começaram a ser notificados no dia 26 de dezembro de 2019. Até o último dia 7 de janeiro, a SES havia notificado 14 mortes de saguis. O órgão estadual tem feito a coleta dos primatas não humanos e encaminhado amostras, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE), para laboratórios de referência na Bahia e no Pará, respectivamente, para analisar a possibilidade da ocorrência de doenças como raiva, herpes e febre amarela.

No sábado (11), a Secretaria de Saúde de Camaragibe, com apoio do Estado, realizou vacinação preventiva contra a febre amarela para moradores e funcionários de condomínio, onde foram encontrados 14 dos 17 primatas. Já na última sexta-feira (10), em reunião com representantes da SES e da Secretaria de Saúde de Camaragibe, ficou acordado que, a partir desta semana, o município irá disponibilizar a vacina contra febre amarela em postos de saúde de Aldeia para atender à população em geral dessa localidade. Técnicos da SES-PE têm realizado ações educativas com o público da região de Aldeia e capacitação dos profissionais de Camaragibe.

A Secretaria Estadual de Saúde reforça que em caso de macaco morto ou aparentando estar doente a população deve entrar em contato com a secretaria de Saúde do seu município. Orienta-se não manusear os animais. Além disso, jamais se deve alimentar animais silvestres.

Por fim, a SES-PE informa que não registra casos autóctones de febre amarela em Pernambuco desde 1938. Ou seja, não há a confirmação da circulação do vírus da doença no Estado desde então. Destaca-se que os macacos não transmitem a enfermidade para os humanos, sendo vítimas também do vírus. Importante lembrar, ainda, que Pernambuco realiza, desde 2017, a vigilância em epizootia para monitorar a mortalidade de primatas não humanos. Desde então, não há nenhum óbito relacionado à febre amarela desses animais no Estado.

Todo o Estado

A partir deste mês de janeiro, a vacinação contra a febre amarela entra na rotina de imunização de 43 cidades que compõem a III e V Gerências Regionais de Saúde (Geres), com sede em Palmares, na Mata Sul, e Garanhuns, no Agreste pernambucano, respectivamente. A determinação de ampliar e incluir a vacina de forma rotineira é uma proposta do Ministério da Saúde (MS) para todo o Brasil. A proteção será voltada para crianças de 9 meses até adultos de 59 anos.

Neste primeiro momento, mais de 1 milhão de pessoas já podem se vacinar contra a febre amarela. A partir de março de 2020, a expansão acontecerá para todo o estado de Pernambuco, totalizando 8,4 milhões de pessoas beneficiadas. Essa ação busca manter a população protegida contra a doença e, com isso, evitar a reintrodução do vírus em solo pernambucano.